Sindicato dos bombeiros confirma veracidade de fotos sobre má alimentação

Imagens divulgadas por bombeiros nas redes sociais. Presidente do sindicato diz que boa ou má alimentação dos operacionais “é uma questão de sorte”.

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O Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP) confirma a veracidade das fotos sobre a má alimentação que tem sido servida aos bombeiros durante o combate aos incêndios deste Verão e que têm sido principalmente divulgadas em redes sociais.

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O Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP) confirma a veracidade das fotos sobre a má alimentação que tem sido servida aos bombeiros durante o combate aos incêndios deste Verão e que têm sido principalmente divulgadas em redes sociais.

“Confirmamos uma a uma. Não há montagens nem falsidades, o que tem sido mostrado é a realidade”, disse nesta quarta-feira ao PÚBLICO o presidente do SNBP Sérgio Carvalho. 

O sindicalista diz existirem ainda “muitas outras situações que lhe têm sido relatadas” sobre má qualidade da alimentação ou bens insuficientes. Dá como exemplo o incêndio recente em Oleiros “onde foram servidas aos operacionais caixas com arroz, feijão e milho”.

Para Sérgio Carvalho a boa ou má alimentação dos bombeiros “é uma questão de sorte”. “Se tiverem a sorte de ser colocados a defender casas numa povoação têm a certeza que são bem alimentados porque as populações garantem que nada lhes falte. Se forem para o mato combater chamas, comem o que aparece, quando aparece.”

 A alegada má ou deficiente alimentação que tem sido dada a alguns bombeiros que têm andado a combater as chamas neste Verão levou já a que o Ministério da Administração Interna (MAI) ordenasse à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) a abertura de um inquérito.

No passado dia 28, a Beira Baixa TV revelou um conjunto de fotos de 20 bombeiros de Beja que ajudaram a combater os fogos na zona de Castelo Branco a serem alimentados num restaurante da McDonald’s. “Um gesto bem significativo. McDonald's de Castelo Branco recebeu os bombeiros de Beja, alimentando-os e suportando todos os custos de logística”, revelava a legenda que acompanhava as fotos.

Guerra entre bombeiros e a Protecção Civil

No dia 26, Acácio Monteiro, comandante dos Bombeiros Voluntários de Brasfemes, no concelho de Coimbra, colocou o seguinte desabafo no Facebook: “Exige-se dignidade…Almoço – rodelas de salsicha com esparguete. Jantar – grão com atum. Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar… Alguém teria de ser responsabilizado pela ‘alimentação’ servida. Sabemos os valores definidos na circular financeira da ANPC (7 euros por refeição). O incêndio está em fase de rescaldo, os nossos bombeiros foram desmobilizados e, como é evidente, vão ser alimentados condignamente. É o mínimo que se exige…”

Continua acesa a guerra entre a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e a ANPC sobre quem é o primeiro responsável pela alimentação dos bombeiros nos teatros operacionais.

Ao início da noite de terça-feira, a APNC emitiu um longo comunicado no qual detalha as responsabilidades e volta a afirmar que a “Directiva Operacional Nacional n.º 2 atribui, no capítulo da logística e administração, a responsabilidade aos corpos de bombeiros por providenciarem o apoio necessário e indispensável à sustentação das operações de combate dos meios terrestres nos teatros de operações”.

Também ao final da tarde de terça-feira, a LBP emitiu um comunicado em que “lamenta que se endosse aos corpos de bombeiros a responsabilidade relativamente ao apoio logístico na área onde decorre o incêndio sem questionar a estratégia adoptada pelos responsáveis da ANPC presentes nos vários teatros de operações, nomeadamente a coordenação de todas as forças em presença e, inclusive, a sua logística.”