Esquerda quer ministro no Parlamento por causa do Metro Mondego
Bloco de Esquerda exige que seja cumprido o compromisso de haver uma ligação ferroviária. PCP anuncia que também requereu a audição do ministro e das comissões de utentes do desativado ramal ferroviário da Lousã.
Ainda as jornadas do Bloco de Esquerda não tinham oficialmente arrancado, no Algarve, e já o deputado José Manuel Pureza garantia que o partido não aceitará qualquer proposta para o Ramal da Lousã que não seja a ligação ferroviária prevista inicialmente no projecto do Metro Mondego. O BE vai, por isso, chamar o ministro do Planeamento e Infra-estruturas ao Parlamento e exigir explicações sobre a possibilidade de a solução passar por autocarros.
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Ainda as jornadas do Bloco de Esquerda não tinham oficialmente arrancado, no Algarve, e já o deputado José Manuel Pureza garantia que o partido não aceitará qualquer proposta para o Ramal da Lousã que não seja a ligação ferroviária prevista inicialmente no projecto do Metro Mondego. O BE vai, por isso, chamar o ministro do Planeamento e Infra-estruturas ao Parlamento e exigir explicações sobre a possibilidade de a solução passar por autocarros.
“Vamos chamar o ministro das Infra-estruturas à comissão parlamentar para o interrogarmos sobre isto, porque não nos satisfazemos com esta aparente decisão politica tomada”, disse José Manuel Pureza, garantindo que o Bloco não se pode “resignar”.
“O que hoje está a ser apresentado na Lousã e em Coimbra é um estudo técnico que recomenda uma solução que é totalmente diferente daquela que foi sendo objecto de compromisso por parte de sucessivos governos e que foi objecto de recomendações aprovadas na Assembleia da República”, justificou o deputado eleito por Coimbra.
Aquelas iniciativas, acrescentou, foram de diferentes partidos, incluindo do BE, e recomendavam “que houvesse uma ligação ferroviária, porque é esse o compromisso que está estabelecido com as populações e porque isso tem efeitos na malha urbana que outra qualquer solução não terá”, explicou ainda o bloquista.
José Manuel Pureza não esconde a preocupação: “Sendo certo que é um estudo técnico, a verdade é que é o ministro que está a apresentar as conclusões desse estudo técnico e, portanto, está a dar um sinal de que a decisão política seguirá esse estudo.”
No périplo que o ministro está a fazer nesta sexta-feira, a solução para o Sistema de Mobilidade do Mondego passar por autocarros eléctricos que circularão pelo mesmo trajecto que estava desenhado para o metropolitano ligeiro de superfície. O relatório descarta o transporte ferroviário tanto na forma de comboio como de metropolitano ligeiro de superfície.
PCP também quer ministro no Parlamento
O PCP também requereu a audição do ministro e das comissões de utentes do desativado ramal ferroviário da Lousã, na Comissão de Economia, disse hoje fonte do grupo parlamentar comunista à agência Lusa.
O próprio responsável da tutela encontra-se hoje naquela localidade do distrito de Coimbra, apresentando um novo projecto de mobilidade entre Lousã e a "Cidade dos Estudantes", considerando tratar-se de uma solução "mais favorável" para as populações do que a ferrovia ou o metro ligeiro.
Pedro Marques afirmou, na Lousã, que o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), com autocarros elétricos em vez de transporte sobre carris, levará três anos e meio a entrar em funcionamento, com o prazo contado a partir de hoje.
O governante falava nos Paços do Concelho da Lousã, distrito de Coimbra, numa sessão pública em que técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) apresentaram um estudo para a introdução do denominado "sistema metrobus" no canal do ramal ferroviário da Lousã, encerrado há sete anos para obras que depois pararam, e na área urbana de Coimbra. Com Lusa