Temer não quer prestar declarações à polícia

Defesa do Presidente brasileiro quer esperar pela perícia à gravação que o compromete em crimes de corrupção.

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A defesa do Presidente encara a gravação como a principal prova contra Temer Paulo Whitaker/REUTERS

A defesa de Michel Temer quer evitar que o Presidente brasileiro preste declarações por escrito à polícia no âmbito da investigação por corrupção de que está a ser alvo - uma acção que teve luz verde do Supremo Tribunal Federal.  Pelo menos antes de haver resultado da perícia à gravação feita pelo empresário Joesley Batista, que incrimina Temer. Ou, em alternativa, que a polícia não faça perguntas ao Presidente sobre o conteúdo da gravação.

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A defesa de Michel Temer quer evitar que o Presidente brasileiro preste declarações por escrito à polícia no âmbito da investigação por corrupção de que está a ser alvo - uma acção que teve luz verde do Supremo Tribunal Federal.  Pelo menos antes de haver resultado da perícia à gravação feita pelo empresário Joesley Batista, que incrimina Temer. Ou, em alternativa, que a polícia não faça perguntas ao Presidente sobre o conteúdo da gravação.

O empresário gravou uma conversa com o Presidente em que fala de subornos pagos ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Temer parece incentivá-lo a manter os pagamentos. A gravação foi feita por Batista ao abrigo do estatuto de delação premiada, pois a sua empresa, JBS, uma das maiores produtoras de carne do mundo, está também a ser investigada no caso Lava-Jato.

O juiz Edson Fachin, relator do caso Lava-Jato no STF, que autorizou que o Presidente fosse investigado pelos crimes de obstrução à Justiça, corrupção e organização criminosa”, deu luz verde à Polícia Federal para obter o depoimento escrito de Temer.

A defesa do Presidente encara a gravação como a principal prova contra Temer e põe em causa a sua fiabilidade. Diz que foi manipulada – tem vários cortes – e exige que seja feita uma perícia. Já a Procuradoria-Geral da República valoriza escutas e outros elementos do inquérito para comprovar a ligação de Temer ao seu assessor e ex-deputado Rocha Loures, filmado numa acção policial a recolher uma mala com 500 mil reais (137 mil euros) entregues por um lobista da JBS numa pizzaria em São Paulo.

A investigação sobre o senador do PSDB afastado do cargo, Aécio Neves, será conduzida de forma separada da de Michel Temer e Rocha Loures, embora esta também resulte de denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista.