Novo presidente do Supremo da Venezuela é um ex-polícia condenado por assassínio
Escolha de magistrado polémico no país que enfrenta uma profunda crise económica
Maikel José Moreno Pérez, o novo presidente do Supremo Tribunal da Venezuela, foi nomeado na sexta-feira por unanimidade, mas a escolha é polémica: o magistrado foi acusado e condenado por ter assassinado uma mulher em 1987, crime pelo qual esteve preso dois anos. Na altura, Pérez trabalhava na polícia política do país, agora serviços de informação internos, diz o diário espanhol El País.
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Maikel José Moreno Pérez, o novo presidente do Supremo Tribunal da Venezuela, foi nomeado na sexta-feira por unanimidade, mas a escolha é polémica: o magistrado foi acusado e condenado por ter assassinado uma mulher em 1987, crime pelo qual esteve preso dois anos. Na altura, Pérez trabalhava na polícia política do país, agora serviços de informação internos, diz o diário espanhol El País.
Depois de ter conseguido a reintegração na força policial, Pérez foi ainda relacionado com outro homicídio, de um homem, em Caracas – embora não tenha sido condenado, foi retirado do cargo de oficial na sequência do crime.
Tornou-se magistrado do Ministério Público e a sua sorte mudou com a chegada do chavismo, tornando-se um peso pesado sob a direcção de Hugo Chávez. Foi adido comercial da Venezuela em Roma, e em 2014 doutorou-se em Direito Constitucional e regressou ao cargo de magistrado.
“A partir deste momento, à frente do Supremo Tribunal de Justiça e em conjunto com os companheiros magistrados, estaremos 24 horas por dia a trabalhar para acabar com a impunidade e a corrupção neste país”, declarou.
Dirigia desde 2015 a Sala de Cassação Penal do Supremo Tribunal e na semana passada, ratificou a confirmação da pena de 13 anos e nove meses de prisão de Leopoldo López, opositor ao regime de Nicolás Maduro, condenado em Setembro de 2015 por instigação pública, associação criminosa, danos à propriedade e incêndio nas violentas manifestações de 2014.
A Venezuela enfrenta uma profunda crise económica (a economia contraiu 5,7% no ano passado, a inflacção foi de 476% e está a aumentar) e o regime, liderado por Nicolás Maduro, tentou fechar-se para se proteger de tentativas da oposição afastar o Presidente.
O actual vice-presidente, Tarek El Aissami, está sujeito a sanções nos EUA por suspeitas de “papel significativo no narcotráfico internacional”.