Autor do relatório sobre Trump está "aterrorizado" depois de ser revelada a sua identidade

Christopher Steele foi agente do MI6 britânico e liderava actualmente uma empresa de assessoria de segurança.

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Reuters/SHANNON STAPLETON

O relatório que diz que Moscovo está na posse de informação comprometedora sobre o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi feito por um antigo espião do MI6 britânico, agência de espionagem que actua em território estrangeiro, e que agora é director de uma empresa privada de segurança e investigação, noticia esta quarta-feira o Wall Street Journal (WSJ).

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O relatório que diz que Moscovo está na posse de informação comprometedora sobre o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, foi feito por um antigo espião do MI6 britânico, agência de espionagem que actua em território estrangeiro, e que agora é director de uma empresa privada de segurança e investigação, noticia esta quarta-feira o Wall Street Journal (WSJ).

Christpoher Steele foi o autor do referido dossier e é, actualmente, director da Orbis Business intelligence, diz o WSJ citando fontes não identificadas. O Telegraph acrescenta que Steele fugiu de casa, depois da divulgação nos media, na quarta-feira, do relatório, por estar “aterrorizado" com os riscos para a sua segurança.

Os documentos foram apresentados a Barack Obama e Trump na semana passada pelo chefe dos serviços de informação norte-americanas e incluem dados sobre comportamentos, por exemplo refere-se à possível existência de vídeos de actos sexuais entre Trump e prostitutas num hotel em Moscovo.

Steele, de 52 anos, lidera a empresa juntamente com Christopher Burrows, de 58 anos de idade. O WSJ conseguiu contactar Burrows mas este não “confirma ou desmente” que o seu sócio seja o autor dos relatórios. O mesmo jornal cita um vizinho de Burrows que diz que este informou que estaria ausente nos próximos dias.

No site da Orbis Business Intelligence explica-se que a empresa foi fundada em 2009 por antigos “funcionários dos serviços secretos britânicos”, presta serviços de assessoria e conduz “investigações complexas, muitas vezes para lá da fronteira”.

O Telegraph cita igualmente fontes próximas de Steele que dizem que, assim que viu o seu nome nos jornais, este saiu de sua casa, no condado do Surrey, deixando o gato a uns vizinhos e informando que estaria fora durante “alguns dias”. O mesmo jornal diz que o antigo espião receia uma retaliação do Kremlin. Durante 20 anos, Steele realizou trabalhos de espionagem em Moscovo ao serviço do MI6.

Durante meses, Steele terá contactado jornalistas dando conta que possuía informações “explosivas” sobre os negócios de Trump com Moscovo e sobre as actividades comprometedoras ocorridas durante as visitas do futuro Presidente norte-americano à antiga União Soviética, e que estariam na posse do Governo de Vladimir Putin.

Além disso, o antigo espião foi contratado num primeiro momento por uma ala do Partido Republicano opositora de Trump e, depois, pelos democratas, para que reunisse informação sobre as ligações do magnata à Rússia. Os memorandos acabariam por chegar às mãos do FBI, e são a base de uma adenda do relatório sobre espionagem russa que foi apresentado quer a Donald Trump quer ao Presidente Barack Obama.

Confrontado pelos jornalistas sobre o relatório, Donald Trump afirmou que tudo não passa de uma mentira.