Mais de uma centena de feridos retirados de zona de combates em Alepo
Forças governamentais prosseguem ofensiva para tomar o que resta dos bairros em poder dos rebeldes.
Cerca de 150 civis, a maioria deles incapacitados ou a necessitar de tratamento médico, foram retirados na última noite de um hospital na Cidade Velha de Alepo, um dos sectores tomados pelas forças pró-governamentais sírias na ofensiva em curso contra a rebelião na cidade.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Cerca de 150 civis, a maioria deles incapacitados ou a necessitar de tratamento médico, foram retirados na última noite de um hospital na Cidade Velha de Alepo, um dos sectores tomados pelas forças pró-governamentais sírias na ofensiva em curso contra a rebelião na cidade.
“Estes doentes e os restantes civis estavam há vários dias encurralados na área por causa dos intensos combates à medida que a linha da frente se ia aproximando” do hospital de Dar al-Safaa, explicou à Reuters Marianne Gasser, porta-voz da delegação na Síria do Comité Internacional da Cruz Vermelha, que coordenou a retirada.
Foram retirados depois de o Exército sírio ter tomado a área do hospital e as 118 pessoas que necessitavam de cuidados médicos foram transferidas para três unidades na metade Oeste de Alepo, controlada desde sempre pelo regime sírio. Os restantes civis foram levados para abrigos criados para deslocados na mesma zona.
A operação de retirada acontece numa altura em que o Exército sírio, apoiado por milícias xiitas iranianas e iraquianas, continua a avançar sobre as zonas ainda em poder dos rebeldes, a quem não restará mais do que um quarto do território que controlaram durante quatro anos no Leste da cidade. Quase três semanas após o início desta última ofensiva, milhares de residentes fugiram da área – umas para as áreas controladas pelo Governo, outras para o enclave curdo no Norte da cidade –, mas as Nações Unidas calculam que mais de cem mil civis continuam na zona dos combates.
Quarta-feira, a estrutura que agrega todos os grupos rebeldes pediu um “cessar-fogo humanitário de cinco dias” para a retirada dos civis da área, mas em entrevista ao jornal sírio Al-Watan, o Presidente Bashar al-Assad excluiu qualquer trégua, insistindo que a conquistada da totalidade de Alepo será uma “etapa enorme” para pôr fim à guerra no país.
Nesta quinta-feira, há notícias de violentos combates em vários dos bairros que ainda restam aos rebeldes, incluindo os de Sahadeddin e Bustan al-Qasr, e também de rockets disparados pelas forças da oposição contra o Oeste de Alepo.
Entretanto, os chefes da diplomacia da Rússia e dos Estados Unidos vão voltar a reunir-se em Hamburgo, na Alemanha, para tentar uma vez mais encontrar forma de pôr fim aos combates naquela que era, antes do início da guerra, a maior e mais pujante cidade da Síria. Moscovo insiste que tal só acontecerá mediante a rendição dos rebeldes e a sua partida para a província vizinha de Idlib, algo que a maioria dos grupos armados, alguns dos quais apoiados por Washington, recusa fazer.