Cristas quer que Costa esclareça questão da declaração de rendimentos na Caixa

Presidente do CDS diz que "só há uma pessoa que pode prestar esclarecimentos finais sobre esta matéria".

Foto
rui farinha/NFactos

A líder do CDS-PP defendeu neste sábado em Vale de Cambra que é tempo de o primeiro-ministro dar esclarecimentos sobre a apresentação da declaração de rendimentos dos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A líder do CDS-PP defendeu neste sábado em Vale de Cambra que é tempo de o primeiro-ministro dar esclarecimentos sobre a apresentação da declaração de rendimentos dos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"Dado o nível de incompreensão e ruído que este assunto atingiu, só há uma pessoa que pode prestar esclarecimentos finais sobre esta matéria e essa pessoa é o primeiro-ministro", declarou Assunção Cristas.

A líder do CDS-PP, que falava à margem do encontro de autarcas populares que decorreu naquele concelho do distrito de Aveiro, respondia assim a perguntas dos jornalistas sobre declarações do secretário Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Félix. Segundo o governante, não foi assinado qualquer documento de compromisso com a nova administração da CGD, liderada por António Domingues.

Na sexta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, foi evasivo acerca de um eventual acordo por escrito entre o Governo e o presidente da CGD sobre declarações de rendimentos, referindo que "o único compromisso" do Governo em relação ao banco em Portugal "é o de que se manterá um banco público, capitalizado de maneira a poder desempenhar o papel que tem de desempenhar no sistema financeiro e na economia portuguesa e um banco que seja competitivo".

"Exigimos que seja ele [António Costa] a responder, porque não se pode esconder mais atrás de ministros ou de secretários de Estado", realçou Cristas. Recordando que o CDS remeteu na sexta-feira um requerimento por escrito a António Costa, a líder partidária admitiu que o governante tem ainda 29 dias para responder a essas questões, mas afirmou que "se o Governo foi tão rápido a arranjar um secretário de Estado de segunda linha para vir dar uma resposta ao país, então também pode ser rápido a escrever para responder ao CDS". Para a líder dos populares, a reacção de António Costa tanto pode ser oral como escrita, desde que seja "uma resposta política" e "clara".

A questão da existência de um eventual acordo por escrito entre o Governo e o presidente da CGD sobre as declarações de rendimentos foi levantada na sexta-feira pelo PSD, que instou o Governo a desmentir a existência desse mesmo acordo.

O chefe da bancada do PSD, Luís Montenegro, falava no Parlamento na sequência de declarações do comentador António Lobo Xavier, que no programa Quadratura do Círculo (SIC Notícias), na quinta-feira à noite, declarou haver um compromisso por escrito entre o Governo e António Domingues em torno da não apresentação das declarações de património e rendimentos dos gestores ao Tribunal Constitucional por parte da nova equipa de gestão do banco público.

Segundo as notícias que têm vindo a público, a equipa entende que não está obrigada a fazê-lo.