Já não há hospitais a funcionar na cidade síria de Alepo, diz a OMS

Mesmo que alguns ainda possam funcionar, faltam materiais e a população tem medo que sejam atingidos pelos bombardeamentos, diz o Observatório.

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Sala de operações do hospital de Atareb (arredores de Alepo), a 15 de Novembro Ammar Abdullah/Reuters

Já não há hospitais a funcionar na zona leste da cidade síria cercada de Alepo, que nos últimos dias voltou a ser violentamente bombardeada pela aviação do Governo de Damasco e pelos seus aliados russos. A notícia, dada pelas autoridades de saúde da cidade, foi confirmada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Já não há hospitais a funcionar na zona leste da cidade síria cercada de Alepo, que nos últimos dias voltou a ser violentamente bombardeada pela aviação do Governo de Damasco e pelos seus aliados russos. A notícia, dada pelas autoridades de saúde da cidade, foi confirmada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Esta destruição de infra-estruturas essenciais à vida deixa os que estão cercados, entre eles crianças e idosos, homens e mulheres, sem qualquer centro que forneça cuidados de saúde, deixando-os sem meios para preservar a vida... deixando-os a morrer", diz um documento enviado à Reuters pelos serviços de saúde através de membros da oposição ao Presidente Bashar al-Assad.

Elizabeth Hoff, representante da Organização Mundial de Saúde na Síria, disse que as agências da rede da ONU junto à fronteira com a Turquia "confirmaram que todos os hospitais no leste de Alepo estão inoperacionais".

Porém, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização sediada em Londres e com uma rede de activistas no terreno, diz que ainda há hospitais que podem funcionar, mas a população tem medo de os procurar devido ao risco. O bombardeamento de hospitais tem feito parte da estratégia de Damasco para vencer a rebelião na cidade do Norte da Síria.

Fontes médicas, residentes e rebeldes no leste de Alepo dizem que os hospitais estão muito danificados devido aos raides aéreos e às bombas barril (barris de petróleo, tanques de combustível ou garrafas de gás cheios de explosivos, combustível e fragmentos de metal) lançadas pelos helicópteros, muitas delas directamente contra os edifícios hospitalares. Também há uma grande falta de materiais médicos, uma vez que a intensificação dos ataque nos últimos dias tem impedido o reabastecimento que ainda ia sendo feito, segundo os testemunhos obtidos pela Reuters.

Os ataques aéreos intensificaram-se desde terça-feira quando o exército sírio e os aliados retomaram as operações na cidade, depois de uma pausa de algumas semanas. Na sexta-feira, começaram também ataques de infantaria contra posições rebeldes.

Em Alepo, como noutras partes da Síria, Assad conta com o apoio da Rússia, do Irão e de milícias xiitas, contra uma mescla de grupos sunitas apoiados pelos EUA, Turquia e monarquias do Golfo, estando também em conflito grupos jihadistas.