Crescimento da economia é “boa notícia” mas não é para “embandeirar em arco”, diz PSD
"Quem embandeirou em catástrofe agora deve desembandeirar”, responde o PS, pela voz de João Galamba.
O líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, considerou ser uma “boa notícia” o crescimento de 0,8% do PIB no terceiro trimestre deste ano face aos três meses anteriores e assumiu alguma “surpresa” perante os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar de ser o maior crescimento em cadeia desde o final de 2013, o dirigente social-democrata quis travar euforias: “Não é razão para embandeirar em arco”.
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O líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, considerou ser uma “boa notícia” o crescimento de 0,8% do PIB no terceiro trimestre deste ano face aos três meses anteriores e assumiu alguma “surpresa” perante os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar de ser o maior crescimento em cadeia desde o final de 2013, o dirigente social-democrata quis travar euforias: “Não é razão para embandeirar em arco”.
Luís Montenegro, que falava aos jornalistas no Parlamento, começou por dizer que nos dados divulgados pelo INE “há uma boa notícia para o país que, de alguma forma, surpreende todos os que perspectivavam um crescimento inferior”.
No entanto, Montenegro defendeu que é preciso perceber se há “sustentação de um crescimento da economia para o futuro” e apontou que esse, para já, “não é baseado na procura interna, mas sim nas exportações, o que contraria os planos do Governo”.
Questionado sobre se houve precipitação por parte do PSD ao falar em “diabo” neste terceiro trimestre, a propósito das contas públicas, Montenegro remeteu essa expressão para a linguagem utilizada pelos partidos que suportam o Executivo. “Este Governo tem uma técnica que é assustar o país com determinado quadro para depois dizer que as coisas não se apresentam nesse quadro nefasto”, afirmou.
Relativamente à perspectiva económica para este ano, Luís Montenegro referiu que o país esperava terminar 2016 com um maior crescimento económico e mais exportações face a 2015. “E vamos chegar pior, isso é indiscutível”, disse.
Pouco mais de uma hora depois de o PSD ter assumido a sua posição, o deputado socialista João Galamba veio responder ao líder da bancada social-democrata: “Quem embandeirou em catástrofe agora deve desembandeirar”. João Galamba defendeu que os que sustentaram posições mais pessimistas deviam revê-las. “Todos aqueles que, interna a externamente, disseram que o Governo estava a levar o país para a catástrofe são essas pessoas que têm de rever essas posições”, afirmou.
O PCP, pela voz do deputado Paulo Sá, sustentou que os dados do INE revelam “uma clara e objectiva melhoria da actividade económica” e que já são o “reflexo das medidas tomadas” sobre a recuperação de rendimentos. “Se esta política fosse mais longe, os números seriam ainda mais expressivos”, afirmou o deputado comunista, reiterando a necessidades de “romper com os constrangimentos” impostos pelas instâncias europeias.
Mais cautelosa sobre os números do INE foi a bloquista Mariana Mortágua. “São positivos mas olhamos para eles com tranquilidade. É preciso analisarmos os dados com cautela para tentarmos ver a tendência a longo prazo”, afirmou a deputada, referindo que o crescimento do PIB no terceiro trimestre é feito à custa das exportações líquidas e do aumento do consumo. Mariana Mortágua contestou a “estratégia da direita de continuar a chamar a catástrofe”, referindo que “a catástrofe não vem”, mas também defendeu que é preciso ir mais longe para obter “dados mais consistentes” de crescimento económico. Neste ponto, a deputada referiu a necessidade de “lidar de frente e com coragem com a dívida pública e com os constrangimentos europeus”.