PSD conta com Rui Rio na campanha das autárquicas no Porto
Castro Almeida é um dos nomes preferidos por algumas figuras do partido para liderar lista à câmara, mas o ex-autarca não estará disponível
O PSD quer Rui Rio a dar a cara pela campanha autárquica do partido no Porto... contra Rui Moreira. Os sociais-democratas querem aproveitar o capital político e a credibilidade que o antigo presidente da câmara tem no eleitorado da cidade, que lhe deu duas maiorias absolutas, e acreditam que há margem de crescimento junto de simpatizantes e militantes do partido que há três anos votaram em Rui Moreira. Foi um voto de protesto pelo facto de o partido ter escolhido Luís Filipe Menezes, arqui-rival de Rui Rio, para candidato.
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O PSD quer Rui Rio a dar a cara pela campanha autárquica do partido no Porto... contra Rui Moreira. Os sociais-democratas querem aproveitar o capital político e a credibilidade que o antigo presidente da câmara tem no eleitorado da cidade, que lhe deu duas maiorias absolutas, e acreditam que há margem de crescimento junto de simpatizantes e militantes do partido que há três anos votaram em Rui Moreira. Foi um voto de protesto pelo facto de o partido ter escolhido Luís Filipe Menezes, arqui-rival de Rui Rio, para candidato.
Segundo o PSD, a “crescente colagem do PS ao presidente da câmara pode empurrar muito desse eleitorado para o candidato que o partido vier a escolher”. Por outro lado, o PSD não descarta a possibilidade de uma franja do eleitorado de direita da área do CDS possa apoiar o cabeça de lista dos sociais-democratas por não aceitar votar no mesmo candidato que o PS. Fonte social-democrata arrisca dizer que há ainda “um nicho de eleitorado socialista” que também pode vir a inclinar-se para apoiar a figura que o PSD vai candidatar ao Porto por entender que o PS deve concorrer contra Rui Moreira com uma candidatura alternativa.
É com este pano de fundo e com três nomes na calha que o PSD-Porto se prepara para se lançar ciclo autárquico de 2017. Com total reserva quanto aos nomes já sinalizados, o partido olha para o próximo combate com “alguma esperança” e nem o facto de Rui Moreira contar com o apoio de dois partidos o desmobiliza.
Ao que o PÚBLICO apurou, Manuel Castro Almeida, ex-presidente da Câmara de São João da Madeira, é um dos nomes que algumas personalidades do partido, que não têm responsabilidades na escolha do candidato, gostavam de ver encabeçar a candidatura do PSD ao Porto. Próximo de Rui Rio e de Manuel Ferreira Leite, Castro Almeida é uma figura “muito respeitada” e que, na opinião de algumas fontes do partido, “estaria à altura de disputar as eleições com Rui Moreira”. Mas o PÚBLICO sabe que o ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Regional do governo liderado por Passos Coelho não está disponível para avançar.
Nomes à parte, o líder da distrital do PSD-Porto, Bragança Fernandes, diz que o “caminho faz-se caminhando” e o que “é importante é ter o partido unido e apresentar à cidade um candidato credível, consensual e com um bom projecto para o Porto”. ”O combate é difícil, sim, mas o PSD pode voltar a conquistar a Câmara do Porto e é nessa direcção que estamos a caminhar”, afirma Bragança Fernandes.
Mais assertivo, o deputado Paulo Rios, que vai assumir a coordenação autárquica do Porto (tal como José Eduardo Martins fez em Lisboa) dentro de dias, declara que o facto de Rui Moreira ser apoiado por dois partidos torna o “combate mais estimulante. Garantidamente, o PSD será a alternativa política no Porto e aqueles que não se revêem no estilo de Rio Moreira e naquilo que ele fez ou não fez têm em nós um projecto para a cidade”.
Crítico quanto à estratégia seguida pelo independente que preside à câmara, Paulo Rios fala desassombrado da ligação que a cidade tem ao PSD e declara que o partido quer recuperar essa ligação que se perdeu nos últimos anos. E para que as eleições corram bem, o PSD - diz - “tem de estar unido, de recuperar a credibilidade junto dos portuenses e de apresentar um projecto para a cidade que não se limite à cultura e ao espectáculo”.
Afirmando que durante os três anos de mandato o PSD “nunca foi uma força de bloqueio à gestão de Rui Moreira”, o deputado social-democrata entende que “chegou o momento de o confrontar com aquilo que prometeu e aquilo que fez e aferir se o trabalho feito significa um ganho ou uma perda para a cidade”. Mas vai dizendo que a “cidade tem motivos para estar descontente com Rui Moreira” Porquê? “Porque quem pensou que Rui Moreira era a continuidade de Rui Rio na Câmara do Porto tem motivos para estar desiludido”.
Com a máxima de que “Rui Moreira não é imbatível”, Rios promete combate e vai prestar contas à cidade do trabalho feito pelo autarca independente e pelo PS.
margaridagomes@publico.pt