Suspeito dos atentados de Paris fica sem advogados

Salah Abdeslam remeteu-se ao silêncio, o que levou Frank Berton e Sven Mary a renunciarem à sua defesa.

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Salah Abdeslam, o suspeito-chave dos atentados de Paris em 2015 e possivelmente dos atentados em Bruxelas em Março de 2016, vai deixar de ser defendido pelos seus advogados.

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Salah Abdeslam, o suspeito-chave dos atentados de Paris em 2015 e possivelmente dos atentados em Bruxelas em Março de 2016, vai deixar de ser defendido pelos seus advogados.

“Decidimos renunciar à defesa” de Abdeslam, anunciou o advogado francês Frank Berton, que conjuntamente com o belga Sven Mary defendia o único participante dos atentados de Paris que ainda está vivo.

“Avisámos desde o início. Se o nosso cliente permanecesse em silêncio, deixaríamos de o defender”, acrescentou Frank Berton, em declarações à BFM TV.

Segundo a BFM TV, Salah foi informado a 6 de Outubro da decisão dos advogados e terá dito que não quer ser defendido por ninguém. Diz a BBC que nesta fase de investigação não é obrigatório ter um advogado, o que apenas será exigido na fase de julgamento.

"As verdadeiras vítimas disto são as vítimas dos ataques de Paris, porque querem a verdade e têm o direito a compreender o incompreensível", disse Sven Mary, advogado que já defendeu o criminoso de guerra nazi Klaus Barbie, o genocida sérvio Slobodan Milosevic e o terrorista venezuelano Carlos, o Chacal.

Salah Abdeslam foi detido em Março em Bruxelas, e chegou a ser discutido até que ponto a sua detenção terá precipitado os atentados deste ano na capital belga.

Este cidadão francês nascido em Bruxelas chegou a ser interrogado em Março e Sven Mary, um dos seus advogados, apontou-o como uma “mina de ouro” em informação. Só que Salah está em silêncio desde que foi extraditado para França em Abril.

Salah Abdeslam está detido numa prisão a sul de Paris, em regime de isolamento e de videovigilância 24 horas por dia, algo inédito em França, mas que foi validado pelo Conselho de Estado (a mais alta instância da justiça administrativa de França) tendo em conta o “carácter excepcional” dos atentados terroristas, que mataram 130 pessoas em Novembro do ano passado. 

O papel de Salah nestes atentados não está completamente esclarecido. No interrogatório de Março, o franco-belga terá confessado que tinha uma missão suicida no Estádio de França, mas no último momento arrependeu-se e decidiu não detonar o seu cinto de explosivos — isto apesar de ter dito a um primo que não o fez por não ter "líquido explosivo" suficiente.

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