Bombardeamento atribuído à coligação árabe mata 140 pessoas e fere 525 no Iémen
Um raide da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiu o funeral do pai de um ministro rebelde em Sanaa, a capital do país. Aliança nega ataque.
Um raide aéreo da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiu este sábado um funeral em Sanaa, a capital do Iémen. Segundo o balanço mais recente, feito pelo coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jamie McGoldrick, com base nas “primeiras informações” dos responsáveis médicos no terreno, há pelo menos 140 mortos e mais de 525 feridos. Os números iniciais, avançados pelas autoridades rebeldes, davam conta da morte de cem pessoas e de 520 feridos.
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Um raide aéreo da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiu este sábado um funeral em Sanaa, a capital do Iémen. Segundo o balanço mais recente, feito pelo coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jamie McGoldrick, com base nas “primeiras informações” dos responsáveis médicos no terreno, há pelo menos 140 mortos e mais de 525 feridos. Os números iniciais, avançados pelas autoridades rebeldes, davam conta da morte de cem pessoas e de 520 feridos.
No Iémen trava-se um conflito entre um governo reconhecido internacionalmente e apoiado por uma aliança militar de países do Golfo Pérsico, dirigida pelos sauditas, e os rebeldes houthis que formaram um governo paralelo e que alegadamente recebem apoio militar do Irão. O Presidente Abdrabbuh Mansour Hadi combate em simultâneo a rebelião dos houthis e forças que se mantiveram leais ao antigo Presidente Ali Abdullah Saleh.
Segundo as informações recolhidas pela BBC no local do bombardeamento, centenas de partes de corpos estavam a ser recolhidas no local atingido. Um elemento da equipa de socorristas, Murad Tawfiq, descreveu a cena como "um lago de sangue", segundo a Associated Press.
“A comunidade humanitária no Iémen está em choque e escandalizada com os raides aéreos que visaram um espaço público onde milhares de pessoas participavam numa cerimónia funerária”, afirmou McGoldrick, citado pela AFP. O responsável da ONU apelou que a fosse lançada de imediato uma investigação ao ataque.
Uma fonte da coligação regional disse à Reuters que não foi realizada qualquer operação aérea na zona onde ocorreu o incidente. "A coligação já sabe dessas notícias e está certa de que é possível que outras causas para as explosões devem ser consideradas", acrescentou a mesma fonte, que diz que a coligação "tentou no passado evitar ajuntamentos destes". Um comunicado da aliança militar regional, citado pela AFP, confirma esta informação.
Em Setembro de 2015, um casamento foi atingido por um raide aéreo matando mais de 130 pessoas. Na altura, a coligação liderada pela Arábia Saudita também negou a autoria do ataque.
Os mortos e feridos assistiam ao funeral do pai do ministro do interior do governo houthi, Galal al-Rawishan, um aliado dos rebeldes e do antigo Presidente Ali Abdullah Saleh. Um grande número de chefias militares houthi foram mortas, assim como muitas pessoas envolvidas no governo rebelde.
"Um avião disparou um míssil contra a sala e, alguns segundos depois, um segundo aparelho bombardeou o local", disse à AFP uma testemunha, identificada como Moujahid. O local foi atingido quatro vezes disse à Al-Jazira o editor do Yemen Post, Hakim al-Masri. O jornalista diz que pelo menos 130 pessoas morreram, incluindo o presidente da câmara de Sanaa.
Desde que a coligação regional começou a intervir na guerra civil iemenita, em Março de 2015, morreram mais de 6700 pessoas e três milhões foram desalojadas, de acordo com a ONU.