“Não há nenhuma razão para qualquer tipo de remodelação”
O primeiro-ministro afasta qualquer hipótese de remodelação. Sobre o caso GALP considera que os três secretários de Estado que viajaram a convite “têm estado a fazer um trabalho excelente”, pelo que “seria uma grande perda para o país” afastá-los.
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O primeiro-ministro afasta qualquer hipótese de remodelação. Sobre o caso GALP considera que os três secretários de Estado que viajaram a convite “têm estado a fazer um trabalho excelente”, pelo que “seria uma grande perda para o país” afastá-los.
Por vezes, o Governo dá uma imagem de descoordenação, noutros momentos a imagem que passa é de que o primeiro-ministro centraliza tudo. Não teme ter a imagem de que toca mais instrumentos do que pode — ou que não tem tanta capacidade política como supõe?
A primeira parte da sua pergunta desmente a segunda parte. Mas acho que o Governo tem dado boas provas de articulação e funcionamento, em que o primeiro-ministro tem tido a intervenção q.b. que tem que ter para o exercício das suas funções.
Já pensou em acelerar uma remodelação governamental? Nomeadamente depois deste Verão. Vai tomar a iniciativa ou esperar que alguma coisa o force?
Não há nenhuma razão para qualquer tipo de remodelação. Aceitei o pedido de demissão do dr. João Soares, nas circunstâncias em que ele entendeu que o devia fazer. Mas o Governo tem estado a funcionar bem. Tenho plena confiança em todos os membros do Governo.
Não sente no caso GALP nenhuma fragilidade que tenha acontecido?
Não. Acho que houve uma desconformidade entre a avaliação que fizeram e aquilo que era o sentimento geral do país. Perante as dúvidas, o Governo fez o que institucionalmente tinha a fazer, que foi definir regras para que não houvesse dúvidas. Cada um deles fez o que nas circunstâncias era ajustado fazer: pagar a viagem. São três pessoas que têm estado a fazer um trabalho excelente, seria uma grande perda para o país que não o pudessem continuar a fazer e acho que foi um episódio que passou e que não deixará marcas no futuro.
Não deixou uma imagem de que os erros não têm sanção?
Se houve erro foi devidamente reparado, porque todos eles pagaram o valor da viagem que tinham aceite. O Governo definiu um código de conduta para que ninguém mais tenha que ter dúvidas sobre quais os tipos de convite ou de ofertas que podem aceitar. Contribuiu até positivamente, este caso, para nos ajudar a densificar regras que, sendo muito genéricas, podem levar a interpretações divergentes.
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