Celebrações do dia da unidade alemã marcados por protestos

Apoiantes do movimento Pegida e do partido AfD manifestam-se contra a chanceler, Angela Merkel, em Dresden.

Foto
Manifestantes do movimento Pegida com cartazes contra as "mentiras" do Governo Odd Andersen/AFP

As celebrações do dia da Unidade Alemã, o feriado nacional do país, foram marcadas por protestos do movimento anti-imigração Pegida contra a chanceler, Angela Merkel, e o Presidente, Joachim Gauck, na cidade de Dresden, que pertencia à República Democrática Alemã (RDA).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As celebrações do dia da Unidade Alemã, o feriado nacional do país, foram marcadas por protestos do movimento anti-imigração Pegida contra a chanceler, Angela Merkel, e o Presidente, Joachim Gauck, na cidade de Dresden, que pertencia à República Democrática Alemã (RDA).

Merkel e Gauck participavam nas comemorações que foram alvo dos protestos de centenas de activistas, tanto do movimento Pegida como do partido populista e também anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD). Apesar da chuva, esperavam em frente à igreja que é o ícone da cidade com cartazes pedindo a demissão de Merkel e chamando-lhe “traidora do povo”.

A chanceler, que cresceu na Alemanha de Leste, fez uma curta declaração pedindo “respeito mútuo”.

Dresden foi o local de nascimento do movimento Pegida, em 2015, e continua a ser o seu bastião. Depois de várias manifestações e contra-manifestações, o Pegida praticamente desapareceu nas outras cidades alemãs.

A cidade estava sujeita a especiais medidas de segurança para as celebrações de um dos feriados mais importantes do país, em que se celebra a reunificação, em 1990, da República Federal e da República Democrática Alemã.

Na semana passada, duas bombas improvisadas explodiram na cidade – uma numa mesquita e outra num centro de congressos. No sábado, dois automóveis foram incendiados. Não houve vítimas, mas a polícia fala de motivações políticas para estes crimes.

A vinda de quase um milhão de pessoas a partir de 2015, quando a chanceler abriu as portas da Alemanha aos refugiados e migrantes que estavam sem conseguir seguir viagem na estação de Keleti, em Budapeste, é um dos motivos de protesto do Pegida e da AfD, da queda da chanceler nas sondagens e de uma série de derrotas eleitorais do seu partido em eleições nos estados-federados. A violência de extrema-direita contra centros de acolhimento de refugiados também aumentou no país, e em especial nos estados da antiga RDA, como a Saxónia.