“Já se limpam espingardas no PS de Matosinhos”
O nome de Luísa Salgueiro não é considerado consensual e líder concelhio acusa a deputada de ser a responsável pela fractura que se abriu no partido.
A Federação Distrital do Porto do PS chamou a si a escolha do próximo candidato à Câmara de Matosinhos e essa decisão abriu uma nova fractura no partido neste concelhio que - nas palavras de um dirigente socialista – “marca o início de uma fase de guerrilha interna que se vislumbra muito difícil para o partido”, que quer reconquistar a autarquia.
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A Federação Distrital do Porto do PS chamou a si a escolha do próximo candidato à Câmara de Matosinhos e essa decisão abriu uma nova fractura no partido neste concelhio que - nas palavras de um dirigente socialista – “marca o início de uma fase de guerrilha interna que se vislumbra muito difícil para o partido”, que quer reconquistar a autarquia.
O líder da concelhia de Matosinhos, Ernesto Páscoa, que foi afastado da corrida à câmara na sequência da avocação do processo pela distrital, partilha da tese de que o partido não está pacificado. “Sinto o mesmo. O partido não está pacificado e as pessoas dizem-me que querem guerra, querem sangue e há até quem já esteja a limpar as espingardas”, declarou o líder concelhio e vereador da Câmara de Matosinhos.
O dirigente diz que estará disponível para participar na escolha do futuro candidato, desde que - frisa - “a solução seja consensual e não imposta”. E, na sua opinião, ”Luísa Salgueiro não tem um perfil consensual”. “Quero que o PS ganhe, quero que o PS seja um partido pacificado e retome o poder unido dentro de uma negociação consensual em que as pessoas tenham uma palavra a dizer”, propõe. O até agora candidato não tem dúvidas de que a tempestade política que se abateu sobre o PS de Matosinhos podia ter sido evitada, se - afirma – “Luísa Salgueiro [vice-presidente da concelhia] não andasse pelas instituições desde há um ano a assumir-se como candidata, em vez de falar com os militantes”.
Segundo vários militantes contactados pelo PÚBLICO, a decisão da avocação “caiu que nem uma bomba” em Matosinhos e o líder federativo, Manuel Pizarro, continua debaixo de fogo. Acusam-no de “não perceber que Matosinhos já não é um concelho sociologicamente socialista como era há uns anos”. “Os mais velhos morreram, os mais novos não querem saber dos partidos e há um novo eleitorado em Lavra, em Leça, em Matosinhos - o que quer dizer que não há candidatos vencedores antecipados, muito menos com o partido fracturado”, disse ao PÚBLICO fonte socialista.
António Parada, que liderou a lista do PS à Câmara de Matosinhos em 2013, lamenta a divisão do PS e mostra-se disponível para encontrar uma solução que “seja pacificadora e una o partido”.