Linha Vigo-Porto reaberta após acidente com quatro mortos

Comboios não podem circular a mais de 30 km/hora na zona do acidente que nesta sexta-feira causou a morte a quatro pessoas.

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O acidente fez quatro mortos e 48 feridos, 13 dos quais já receberam alta Nelson Garrido

A linha Vigo-Porto, onde na sexta-feira se verificou um acidente em que morreram quatro pessoas e 48 ficaram feridas, foi reaberta às 13h55 deste sábado.

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A linha Vigo-Porto, onde na sexta-feira se verificou um acidente em que morreram quatro pessoas e 48 ficaram feridas, foi reaberta às 13h55 deste sábado.

A locomotiva e as três carruagens foram sendo retiradas durante a madrugada de hoje e ao longo da manhã. Com a reabertura à circulação ferroviária ao início da tarde, foi suspenso o plano alternativo de transportes que estava montado.

Foi ainda estabelecido que os comboios não podem circular acima de 30 km/hora na zona do acidente, junto à estação de O Porriño, na província de Pontevedra, Galiza.

Segundo o jornal Faro de Vigo, a presidente da câmara de O Porriño, Eva García de la Torre, recusou comentar as notícias que dão conta de que o acidente se terá ficado a dever ao excesso de velocidade. A autarca anunciou que toda a sinalização da linha será revista e admitiu que tem recebido várias queixas de pessoas que moram junto à estação de O Porriño que dizem que os comboios circulam a altas velocidades na zona.

Segundo revelou na sexta-feira o PÚBLICO, a velocidade excessiva, numa altura em que se realizavam obras nas linhas daquela estação que obrigavam ao desvio dos comboios para uma via alternativa, terá provocado o descarrilamento do Celta, que fazia a ligação Vigo-Porto.

A existência de obras na linha principal da estação obrigou ao desvio do comboio para a linha três. O desvio foi invulgar na rotina diária dos maquinistas que passam com o comboio Celta naquela estação. Aliás, o comboio costuma passar pelo Porriño a 130 km/h, mas na manhã de sexta-feira, face às obras e ao desvio, o Celta deveria ter entrado na estação a 30 km/h. Só assim, nestas circunstâncias de circulação condicionada, poderia ter cruzado as agulhas da linha em segurança, atravessar a estação por uma linha alternativa e voltar depois à principal, prosseguindo entretanto a sua marcha normal.

Quatro pessoas morreram, incluindo o maquinista português, depois de o comboio Celta ter descarrilado na manhã de sexta-feira. O acidente provocou ainda 48 feridos, 35 dos quais já receberam alta. O maquinista português tinha cerca de 45 anos.

Entretanto, a comissão de Investigação de Acidentes Ferroviários (CIAF) espanhola terminou na noite de sexta-feira a recolha de indícios do descarrilamento.

A informação foi neste sábado comunicada pelo Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários (GISAF), do Ministério da Economia português, no seu site na Internet. A GISAF participa na investigação do acidente e já esteve no local “para se inteirar da situação”.

“O processo de recolha de evidências e indícios no local pela CIAF, cuja fase final o GISAF acompanhou e colaborou, foi concluído na noite de ontem [sexta-feira], seguindo-se nos próximos dias e semanas a fase de recolha de outra informação relevante para permitir a análise profunda do sucedido”, diz o comunicado.

O GISAF diz ainda que nesta primeira fase a sua participação” consistirá na recolha da informação relevante em Portugal sobre o material circulante envolvido e sobre o maquinista, uma vez que a CIAF não tem competência para o efeito no nosso país”.

“Dependendo do conteúdo da informação que for recolhida, o GISAF poderá vir a proceder a outras diligências que a CIAF lhe solicite”, acrescenta.