O assalto que afinal terá sido uma mentira dos nadadores
Ryan Lochte e outros três nadadores americanos disseram que foram assaltados. A polícia brasileira concluiu que eles mentiram, depois de terem estado envolvidos numa discussão num posto de combustível.
É um caso de que se fala há dias. Quatro nadadores norte-americanos, incluindo Ryan Lochte (dono de 12 medalhas olímpicas), disseram que foram assaltados quando regressavam à aldeia olímpica no Rio de Janeiro na madrugada de domingo. A história, diz a polícia brasileira, está mal contada e fontes dos serviços de segurança brasileiros contaram à Reuters que não houve qualquer assalto e que os nadadores se envolveram numa discussão com seguranças depois de terem causado estragos num posto de abastecimento.
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É um caso de que se fala há dias. Quatro nadadores norte-americanos, incluindo Ryan Lochte (dono de 12 medalhas olímpicas), disseram que foram assaltados quando regressavam à aldeia olímpica no Rio de Janeiro na madrugada de domingo. A história, diz a polícia brasileira, está mal contada e fontes dos serviços de segurança brasileiros contaram à Reuters que não houve qualquer assalto e que os nadadores se envolveram numa discussão com seguranças depois de terem causado estragos num posto de abastecimento.
O caso ainda não está totalmente explicado, mas as autoridades brasileiras impediram os nadadores de regressar aos Estados Unidos – apenas Lochte escapou, porque já tinha voado para os EUA.
Gunnar Bentz e Jack Conger, dois dos nadadores envolvidos neste caso, foram barrados quando já estavam dentro do avião. Foram detidos e entretanto libertados, sob a condição de voltarem a ser interrogados pela polícia. E, segundo o jornal O Globo, já admitiram que afinal não foram assaltados.
Imagens de videovigilância do posto de combustível terão permitido à polícia concluir que os nadadores danificaram a porta da casa de banho e que terão discutido com seguranças, quando estes lhes pediram para pagarem os estragos.
Um vídeo transmitido pela TV Globo mostra os nadadores a chegarem num táxi ao posto de combustível e a entrarem num corredor, fora do alcance da câmara. Os nadadores despertaram depois a curiosidade dos funcionários do posto, não se percebendo exactamente porquê, e regressam ao táxi, onde são depois abordados por um segurança.
O dono do posto de combustível, em declarações ao jornal O Globo, acusou os nadadores de terem vandalizado as instalações, ao urinarem na parede.
Ryan Lochte, que já está nos EUA, alterou a sua versão dos acontecimentos e disse, numa entrevista à NBC, que o alegado assalto não aconteceu quando estavam a dirigir-se à Aldeia Olímpica, mas numa bomba gasolina, onde os quatro nadadores foram à casa de banho. O atleta contou que quando voltaram para o táxi, o motorista não ligou o carro e foi nessa altura que dois homens se aproximaram com armas e distintivos da polícia e os terão assaltado.
Confrontando com as incongruências no seu depoimento, Lochte justificou-as com o stress causado pelos acontecimentos.
A versão de Lochte, no entanto, é contrariada por fontes policiais brasileiras. “A única verdade que eles contaram é que eles estavam bêbados”, disse Fernando Veloso, chefe de Polícia Civil, ao portal G1.
E até a imprensa norte-americana começa a desmontar a versão dos nadadores. O New York Times elenca as provas de que Lochte e companhia mentiram: os nadadores dizem que saíram da festa às quatro da manhã, quando há imagens de vídeo com a saída deles às 5h30. Os atletas também disseram inicialmente que o táxi em que seguiam foi parado e afinal as imagens mostram que estavam parados num posto de abastecimento. E, por fim, outras imagens de vídeo mostram os nadadores a regressar à aldeia olímpica “sem sinais de estarem assustados e até brincando entre eles”, disse a juíza Keyla Blanc de Cnop.
No Brasil, já se exigem desculpas pela má imagem causada ao Rio de Janeiro, como sustenta a polícia. Um porta-voz do Comité Olímpico Americano recusou fazer comentários sobre o caso, mas um porta-voz da organização dos Jogos já disse que os nadadores “cometeram um erro”. “Eles competiram sob uma pressão gigantesca. Vamos dar-lhes descanso. Às vezes fazemos coisas de que nos arrependemos mais tarde. Eles divertiram-se, cometeram um erro e agora a vida continua”, afirmou Mario Andrada.