NASA: Julho foi o mês mais quente desde que há registo
Segundo dados divulgados esta terça-feira pela NASA, as temperaturas do mês de Julho nunca tinham sido tão elevadas. O planeta sentiu um novo recorde à escala mundial. Se a tendência continuar, é expectável que 2016 se torne o ano mais quente de que há registo.
Julho já tinha sido o segundo mês mais quente em Portugal desde 1931. Esta terça-feira, a NASA confirmou a tendência no resto do mundo e conclui que o mês de Julho foi o mais quente desde 1880, data de início dos registos. Contas feitas, Julho foi o mês mais quente dos últimos 136 anos, sublinha um comunicado da NASA.
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Julho já tinha sido o segundo mês mais quente em Portugal desde 1931. Esta terça-feira, a NASA confirmou a tendência no resto do mundo e conclui que o mês de Julho foi o mais quente desde 1880, data de início dos registos. Contas feitas, Julho foi o mês mais quente dos últimos 136 anos, sublinha um comunicado da NASA.
Os resultados, uma combinação da temperatura da superfície do mar e do ar em terra registadas pela NASA, mostram que, este ano, o mês de Julho foi 0,84 graus Celsius mais quente do que a média registada entre 1950 e 1980 e 0,11 graus mais quente do que o recorde registado em Julho do ano passado.
O recorde mundial demonstrado pelo relatório da agência espacial foi partilhado no Twitter pelo director do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, Gavin Schmidt.
David Karoly, um cientista da Universidade de Melbourne, Austrália, projecta: é provável que 2016 se torne um dos anos mais quentes – se não o mais quente –, desde que há registo, cita o jornal britânico The Guardian. Os números dão continuidade à tendência de máximos mensais, registadas pelo 10.º mês consecutivo.
De acordo com os especialistas, o aumento da temperatura é resultado de uma combinação do aquecimento global e do El Ninõ, o fenómeno climático caracterizado por correntes quentes no Oceano Pacífico e que tem elevado as temperaturas globais. Comparativamente a anos anteriores, as temperaturas mais quentes do último mês foram mais pronunciadas no hemisfério norte, particularmente perto da região Antártica, pode ler-se no mesmo comunicado.
O cientista destaca que a NASA compara as temperaturas actuais com as temperaturas base às quais atribui um acréscimo de 0,5 graus com base no aquecimento global, o que significa que, se ao aumento da temperatura subtrairmos o efeito de estufa, então a subida foi de 1,3 graus Celsius em relação à média da era pré-industrial.
Karoly acrescentou ainda que pelo menos 0,2 graus se devem aos efeitos do El Niño. Ainda assim, apesar do impacto deste aquecimento anormal das águas – que está a ser mais sentido durante a segunda metade deste ano –, a grande responsabilidade do aumento das temperaturas recai sobre as mudanças climáticas induzidas pela pegada humana. O El Niño já se disseminou, mas os efeitos prolongar-se-ão durante três a seis meses.
Em Portugal, os números do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registaram um valor médio da temperatura máxima do ar no mês de Julho nos 32,19 graus Celsius. Já o valor médio da quantidade de precipitação (3,1 milímetros) foi inferior ao valor normal (13,8 milímetros).