Há cinco propostas para o novo visual das esplanadas da Baixa de Lisboa
Gonçalo Campos, Daniel Caramelo, Rita Filipe, Francisco Providência e Pedro Sottomayor foram os designers que participaram neste concurso de ideias. A intenção é requalificar o espaço público e permitir que todos usufruam dele.
Dos oito designers convidados pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Museu do Design e da Moda (Mude) para definir “um novo modelo para as esplanadas” da Baixa Pombalina e “para o mobiliário urbano nelas utilizado”, houve cinco que responderam ao repto. O vencedor, cuja proposta deverá ser concretizada no terreno de forma gradual, vai ser revelado esta semana.
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Dos oito designers convidados pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo Museu do Design e da Moda (Mude) para definir “um novo modelo para as esplanadas” da Baixa Pombalina e “para o mobiliário urbano nelas utilizado”, houve cinco que responderam ao repto. O vencedor, cuja proposta deverá ser concretizada no terreno de forma gradual, vai ser revelado esta semana.
“Requalificar o espaço público” e “criar condições para a sua partilha harmoniosa entre comerciantes, turistas, transeuntes e moradores locais” eram os objectivos desta iniciativa. Isso mesmo pode ler-se num dos expositores que por estes dias estão colocados na Rua Augusta, à porta do Mude, e nos quais se explica também que se pretendeu “que fosse garantida uma unidade do conjunto, sem deixar de permitir uma certa diversidade de esplanadas, que espelhe as diferentes filosofias de cada estabelecimento comercial”.
Nesses expositores, é também possível ficar a conhecer o essencial das propostas que foram apresentadas no âmbito deste concurso de ideias, lançado em Dezembro de 2015. A previsão inicial era que o vencedor fosse conhecido em Maio, mas esse prazo não se concretizou. Segundo foi transmitido ao PÚBLICO pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, a decisão do júri (que foi presidido por Bárbara Coutinho, directora do Mude) já está tomada e deve ser anunciada esta segunda ou terça-feira.
Gonçalo Campos, Daniel Caramelo, Rita Filipe, Francisco Providência e Pedro Sottomayor foram os artistas que aceitaram o desafio de repensar as esplanadas da Baixa. Aquele que tiver conquistado o júri será convidado a celebrar com a junta de freguesia um contrato, “tendo em vista apoiar e aconselhar” essa entidade “na implementação do modelo vencedor”.
O primeiro designer apresentou uma proposta em que saltam à vista os toldos e chapéus-de-sol pretos, com o nome dos estabelecimentos em letras brancas. As cadeiras surgem aqui com cores diferentes, algumas com assentos de madeira e outras não.
Já na proposta de Daniel Caramelo, sobressaem as cores vivas, que se repetem nas mesas e cadeiras e também nos suportes informativos onde os comerciantes podem escrever as ementas dos seus estabelecimentos. Os resguardos contra o vento são em vidro e os chapéus-de-sol em cru.
Quanto à proposta de Rita Filipe, destacam-se os chapéus-de-sol, que são crus por baixo e coloridos por cima, e que têm iluminação no seu interior. A designer sugere a adopção de diferentes cores em diferentes artérias, propondo, por exemplo, que no Rossio os chapéus sejam vermelhos e noutras áreas azuis ou verdes.
Na proposta de Francisco Providência, o mobiliário é escuro e os toldos e chapéus-de-sol têm uma particularidade: os primeiros ostentam riscas amarelas e brancas ou cor-de-rosas e brancas, e os segundos têm pintados elementos de natureza, como troncos ou ervas.
Finalmente, Pedro Sottomayor apresentou uma proposta que contempla vários modelos de cadeiras, com várias cores, todas elas suaves. Para os elementos que podem ser colocados sobre as mesas (como menus e toalhetes de papel), o designer propõe um conjunto de padrões geométricos em tons sóbrios.
Pedro Sottomayor propôs ainda, como se lê num dos expositores à porta do Mude, que na Rua Augusta as esplanadas deixem “a área central” e passem para junto das fachadas dos prédios. O objectivo é libertar o eixo central para a circulação dos peões.
Ao PÚBLICO, a chefe da Divisão de Gestão Territorial da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior explica que as licenças para a ocupação da via pública com mobiliário urbano são anuais, tendo algumas delas sido emitidas por este órgão muito recentemente. Assim sendo, diz Célia Mota, o mais provável é que os novos modelos de esplanada sejam adoptados, de forma gradual, ao longo do próximo ano.
Já o presidente da junta de freguesia sublinha a “qualidade” das propostas recebidas e defende a ideia de que “esplanadas mais atraentes também são mais rentáveis”. Com este argumento, Miguel Coelho procura demonstrar que o processo que está em marcha é vantajoso para todos, incluindo para os comerciantes, que terão que investir na aquisição de novo mobiliário urbano. Numa informação escrita enviada pela sua assessoria de imprensa, a junta acrescenta que irá reunir-se com os empresários para discutir este tema.