Assad controla a estrada que ligava Alepo ao resto do mundo
Ofensiva do regime deixa cidade síria de 300 mil habitantes sem acesso a alimentos ou medicamentos vindos do exterior.
O exército sírio e milícias aliadas, como o Hezbollah, assumiram neste domingo o controlo da única estrada que ligava a parte norte de Alepo, nas mãos da oposição, ao resto do mundo. Por ali vinham alimentos e medicamentos, que ajudavam a manter as cerca de 300 mil pessoas que ainda vivem em condições de enorme dificuldade na que já foi a maior cidade da Síria.
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O exército sírio e milícias aliadas, como o Hezbollah, assumiram neste domingo o controlo da única estrada que ligava a parte norte de Alepo, nas mãos da oposição, ao resto do mundo. Por ali vinham alimentos e medicamentos, que ajudavam a manter as cerca de 300 mil pessoas que ainda vivem em condições de enorme dificuldade na que já foi a maior cidade da Síria.
Com este revés, Alepo pode tornar-se mais uma das zonas cercadas da guerra da Síria, onde cerca há 600 mil pessoas a viver sem acesso a cuidados médicos nem alimentos, na maior parte dos casos reféns das tropas do regime, segundo as contas das Nações Unidas. “Sem acesso ao mundo exterior, é apenas uma questão de tempo até surgirem casos de fome”, avisou o grupo The Syria Campaign, que milita por uma Síria democrática, citado pela AFP.
A ONU apelou na semana passada a que “todas as partes autorizem a entrega de ajuda humanitária e à evacuação dos civis que desejem sair”, porque as tropas do regime já quase tinham assumido o controlo total da estrada. O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) deu conta de “uma situação particularmente inquietante, dada a grande concentração de habitantes nesta zona”.
Alepo é um dos principais campos de batalha da guerra na Síria. Uma derrota da oposição em Alepo seria o pior revés para a oposição nestes seis anos de conflito – mas o Presidente Bashar al-Assad prometeu que haveria de reassumir o controlo.
A Reuters diz ter confirmação de quatro fontes da oposição em Alepo, e de combatentes do Hezbollah, de que a estrada do Castello passou de facto para as mãos do regime. “Está completamente cortada”, disse Zakaria Malahifji, do grupo rebelde Fastaqim. “É um desastre, mas vamos ver como acaba a batalha. Não sei se vamos conseguir fazê-los recuar, ou se vai ficar assim”, acrescentou.
Está a decorrer uma forte ofensiva contra Alepo das forças governamentais, com artilharia pesada, bombardeamentos aéreos e tanques. Pelo menos 28 pessoas morreram na véspera da tomada da estrada, diz o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.