Candidata à liderança conservadora criticada por comentários sobre a maternidade

Andrea Leadsom sugeriu que, como tem filhos, ao contrário da sua adversária Theresa May, está mais preocupada com o futuro do país.

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Peter Nicholls/Reuters

Andrea Leadsom, uma das duas candidatas ao cargo de primeira-ministra britânica, foi criticada este sábado por ter sugerido que a sua adversária, Theresa May, está menos bem colocada para suceder a David Cameron porque não é mãe.

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Andrea Leadsom, uma das duas candidatas ao cargo de primeira-ministra britânica, foi criticada este sábado por ter sugerido que a sua adversária, Theresa May, está menos bem colocada para suceder a David Cameron porque não é mãe.

No jornal The Times deste sábado, Leadsom, que é a secretária de Estado da Energia, casada e mãe de três filhos, é citada dizendo que Theresa May "pode ter sobrinhos, pode ter sobrinhas" – "mas eu tenho filhos que por sua vez terão filhos que serão afectados pelo que se vai passar no futuro".

May, ministra do Interior, explicou esta semana numa entrevista que ela e o marido não puderam ter filhos.

As duas mulheres vão enfrentar-se para a sucessão do demissionário Cameron à frente do Partido Conservador e uma delas será a primeira-ministra (o partido tem a maioria absoluta no Parlamento). A escolha será feita pelos militantes conservadores e o nome da vencedora será anunciado a 9 de Setembro. Pela primeira vez desde Margaret Thatcher, o Reino Unido terá uma mulher em Downing Street.

Segundo o Times, Andrea Leadsom acrescentiu "Penso realmente que quem é mãe tem um interesse real no futuro do país".

Depois da publicação da entrevista, Andrea Leadsom acusou o jornal de ter destorcido as suas declarações: "É lamentável e exactamente o contrário do que disse. Estou revoltada". O Times, em resposta, publicou o registo áudio da entrevista, para provar que a sequência das frases está correcta. Na sequência, a candidata diz também: "Considero-me uma pessoa optimista e uma pessoa que pertence a uma família numerosa, e isso é importante para mim". "Os meus filhos vão começar as suas vidas nos próximos dez anos e tenho muito em causa com o que acontecer no próximo ano, ou nos próximos dois. Tenho a certeza de que Theresa tem pena de não ter filhos, por isso não quero transformar isto num debate sobre 'a Andrea tem filhos, a Theresa não', porque penso que isso seria horrível".

O Reino Unido aprovou, num referendo no dia 23 de Junho, a sua saída da União Europeia e a próxima primeira-ministra vai ter de gerir o início desse processo. May tem dito que não tomará decisões precipitadas e que quer negociar com calma os termos da saída; Leadsom garantiu que não deixará arrastar o tempo e que pedirá com alguma rapidez que o artigo 50.º do Tratado de Lisboa seja accionado, para dar início à separação.

A ala conservadora que apoia May pediu a Leadsom para não entrar pelo caminho da campanha negativa. O deputado conservador David Gauke (pró-May) escreveu no Twitter: "Gostaria de pensar que se tratou de um lapso verbal, e não uma coisa calculada. Se for a segunda hipótese... em todo o caso é preciso um pedido de desculpas".