Croácia: um adversário destemido e com qualidade para dar e vender
O próximo opositor de Portugal no Euro 2016 já derrotou a bicampeã europeia.
Foi sem vários dos habituais titulares que a Croácia protagonizou uma das surpresas do Euro 2016, com um triunfo sobre a Espanha (2-1) que permitiu terminar no primeiro lugar do Grupo D. A vitória sobre a campeã europeia em título serve de cartão-de-visita desta equipa croata, que mesmo em poupanças mostrou ser destemida e ter qualidade para dar e vender. “Jogámos contra a melhor equipa do mundo e não mostrámos qualquer sinal de medo”, sublinhou o seleccionador Ante Cacic.
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Foi sem vários dos habituais titulares que a Croácia protagonizou uma das surpresas do Euro 2016, com um triunfo sobre a Espanha (2-1) que permitiu terminar no primeiro lugar do Grupo D. A vitória sobre a campeã europeia em título serve de cartão-de-visita desta equipa croata, que mesmo em poupanças mostrou ser destemida e ter qualidade para dar e vender. “Jogámos contra a melhor equipa do mundo e não mostrámos qualquer sinal de medo”, sublinhou o seleccionador Ante Cacic.
O maior desafio que esta selecção croata enfrenta é sair da sombra daquela geração que, em 1998, foi terceira classificada no Mundial. A equipa que chegou ao pódio no Campeonato do Mundo realizado em França tinha Suker, Boban e Prosinecki – que também faziam parte da selecção que, dois anos antes, deu à Croácia a primeira presença numa competição internacional como nação independente. Na última jornada da fase de grupos do Euro 1996, como agora nos oitavos-de-final, os croatas foram adversários da selecção portuguesa – a equipa nacional impôs-se por 3-0, com golos de Luís Figo, João Vieira Pinto e Domingos Paciência. As duas selecções passaram aos quartos-de-final, mas foram eliminadas.
No Grupo D do Euro 2016, a Croácia obteve vitórias sobre a Espanha e Turquia e empatou com a República Checa – um jogo que teve de ser interrompido devido ao comportamento dos adeptos croatas, que arremessaram tochas para o relvado e rebentaram um engenho pirotécnico. Os incidentes levaram a UEFA a multar a Croácia em 100 mil euros.
Ante Cacic, um treinador de 62 anos com a carreira quase toda feita no futebol croata – foi jogador amador, deixou de jogar aos 30 devido a uma lesão e chegou a ter uma loja de reparação de electrodomésticos no centro de Zagreb – pegou na equipa a meio da qualificação para o Euro 2016, ocupando o lugar deixado vago por Niko Kovac.
A Croácia tem bons jogadores em todos os sectores: Subasic é o dono da baliza e na defesa a experiência faz de Corluka, Vida e Srna referências. Este último, capitão da selecção croata, protagonizou um momento emocional ao deixar a concentração durante alguns dias para assistir ao funeral do pai, uma tragédia que serviu para unir ainda mais a equipa. No meio-campo, Modric e Rakitic dispensam apresentações, aos quais se junta Perisic, que tem sido um dos protagonistas do torneio e já marcou dois golos. Mandzukic é a referência do ataque e Kalinic a principal alternativa.
Na luta por um lugar na história, até os protagonistas de 1998 estão a torcer pela actual geração: “Ficaria muito feliz por ver estes jogadores quebrarem os meus recordes e tornarem-se ainda melhores do que fomos na altura”, confessou Suker, eleito presidente da federação croata de futebol em 2012.