Junta das Avenidas Novas quer respostas sobre estacionamento no Eixo Central
Presidente da junta diz que a obra em curso tem "aspectos muito preocupantes", que não foram "devidamente acautelados" pela Câmara de Lisboa.
O presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, que confessa olhar para as obras em curso no Eixo Central com “alguma dose de inquietação”, quer que a Câmara de Lisboa dê “um esclarecimento claro” sobre o número de lugares de estacionamento na via pública que vão ser suprimidos com esta intervenção.
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O presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, que confessa olhar para as obras em curso no Eixo Central com “alguma dose de inquietação”, quer que a Câmara de Lisboa dê “um esclarecimento claro” sobre o número de lugares de estacionamento na via pública que vão ser suprimidos com esta intervenção.
Numa carta aberta dirigida a Fernando Medina, que foi divulgada esta quinta-feira, o autarca das Avenidas Novas diz que tem tentado, “sem êxito”, obter esse esclarecimento junto da câmara. Daniel Gonçalves entende a autarquia não tem sido “clara” relativamente a essa matéria e acrescenta que é preciso garantir que a disponibilização de lugares no subsolo para compensar a perda à superfície “não acarretará aumento de despesa para os residentes da freguesia”.
Na missiva, o autarca social-democrata diz ainda estar convicto de que a obra que está a ser executada entre o Marquês de Pombal e Entrecampos “tem aspectos positivos para a freguesia”, mas também “aspectos muito preocupantes”, que em sua opinião não foram “devidamente acautelados”. Entre os primeiros, Daniel Gonçalves elenca a requalificação da Avenida Fontes Pereira de Melo, de Picoas, do Saldanha e da Avenida da República, “com o aumento da área pedonal, passeios mais confortáveis, aumento das zonas verdes e incremento da segurança rodoviária”.
No outro lado da balança o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas coloca a já referida “supressão de estacionamento à superfície”. Daniel Gonçalves refere ainda que já propôs à câmara que seja feito um prolongamento da Rua da Cruz Vermelha, obra que permitiria ligar a Avenida 5 de Outubro à Avenida da República e ao mesmo tempo assegurar “a criação de 100 novos lugares de estacionamento numa zona sensível da freguesia”.
Na carta do autarca do PSD não há qualquer referência ao facto de a própria câmara ter já feito saber que pretende concretizar o prolongamento da Rua da Cruz Vermelha. No caderno de encargos da hasta pública relativa aos terrenos da antiga Feira Popular, em Entrecampos, a execução desse arruamento surgia aliás como uma obrigação do adquirente.
Daniel Gonçalves defende ainda que o município presidido por Fernando Medina “poderá - e deverá - ir mais longe” na minimização do impacto das obras, que se traduzem num “incalculável prejuízo de tempo, poluição e ruído” e obrigam os moradores “a suportar um caos permanente à sua porta”. Para isso, o autarca propõe que haja um reforço da sinalização, através da aposta em “placas informativas com grande visibilidade anunciando a redução de vias e informando sobre percursos alternativos”.
“O Eixo Central da cidade não pode ser apenas entendido como uma via de passagem”, diz o autarca, sublinhando que “ele constitui o centro nevrálgico de todas as Avenidas Novas, onde o esforço de revitalização e fixação de novos residentes não pode ser prejudicado, nem tão pouco ficar comprometido”.