Amor Impossível recebeu Prémio Sophia para Melhor Filme
Academia Portuguesa do Cinema atribuiu quatro galardões ao filme de António-Pedro Vasconcelos. Capitão Falcão, do realizador João Leitão, recebeu outros seis galardões.
O filme Amor impossível, de António-Pedro Vasconcelos, recebeu o Prémio Sophia de Melhor Filme, atribuído pela Academia Portuguesa do Cinema. Mas foi Capitão Falcão, uma sátira de João Leitão ao Estado Novo e ao ditador António de Oliveira Salazar, que levou o maior número de estatuetas, entregues na noite desta sexta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
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O filme Amor impossível, de António-Pedro Vasconcelos, recebeu o Prémio Sophia de Melhor Filme, atribuído pela Academia Portuguesa do Cinema. Mas foi Capitão Falcão, uma sátira de João Leitão ao Estado Novo e ao ditador António de Oliveira Salazar, que levou o maior número de estatuetas, entregues na noite desta sexta-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
António-Pedro Vasconcelos, que somava 17 nomeações, dominou as chamadas categorias principais, com os prémios Sophia de Melhor Filme, Melhor Actor, para José Mata, e Melhor Actriz, para Vitória Guerra, assim como de Melhor Som. Enquanto Capitão Falcão, que somava dez nomeações, conquistou os Sophia de Melhor Actor Secundário, para José Pinto, Melhor Música, para Pedro Marques, Melhor Argumento Original, para João Leitão e Nuria Leon Bernardo, melhor caracterização, direcção artística e guarda-roupa.
O último filme de Paulo Rocha, Se Eu Fosse Ladrão, Roubava, de 2013, recebeu dois prémios Sophia, o de Melhor Actriz Secundária, para Carla Chambel, e Melhor Fotografia, para Acácio de Almeida, que dedicou o prémio ao realizador, que morreu em Dezembro de 2012.
Margarida Cardoso conquistou o prémio Sophia de Melhor Realização, com Yvone Kane, uma obra que revisita a memória colonial, da guerra e dos conflitos que se sucederam às independências, através do reencontro de mãe e filha, num país africano imaginário.
Nas nomeações para Melhor Filme e Melhor Realizador, encontrava-se As Mil e Uma Noites - Volume 2, O Desolado, da trilogia de Miguel Gomes, que não recebeu prémio algum.
O prémio de Melhor Documentário de Longa-Metragem foi para Pára-me de Repente o Pensamento, de Jorge Pelicano, rodado no Centro Hospitalar de Conde Ferreira, no Porto, com os seus doentes e o actor Miguel Borges. O filme toma para título um verso do poeta e pintor Ângelo de Lima, internado naquele hospital psiquiátrico, no final do século XIX.
O Prémio Carreira foi entregue ao director de fotografia Fernando Costa e à actriz Carmen Dolores, para quem todo o auditório do CCB se levantou em aplauso.
A actriz recordou António Lopes Ribeiro, que a dirigiu em A Vizinha do Lado (1945), António de Macedo, em O Princípio da Sabedoria (1975), e José Fonseca e Costa, que morreu em Novembro do ano passado, com quem fez Balada da Praia dos Cães (1987) e A Mulher do Próximo (1988), e de quem lembrou "o entusiasmo, o nervosismo e o seu delicioso mau humor".
A Academia Portuguesa de Cinema recordou igualmente os profissionais que morreram recentemente, como Fonseca e Costa, a realizadora Noémia Delgado, os actores Nicolau Breyner, Francisco Nicholson, António Filipe, Nuno Melo, Maria Barroso, Luís Pavão, Joaquim Rosa, José Boavida, Fernanda Peres, Jorge Sequerra e Leandro Vale, o director de fotografia Vasco Antunes e o fotógrafo Pedro Cláudio.
Os Prémios Sophia, que distinguem os profissionais do cinema português pelos seus próprios pares, foram lançados em 2012, um ano depois da criação da Academia Portuguesa de Cinema. Nesse ano, foram apenas atribuídos os Prémios de Carreira, à actriz Isabel Ruth e aos realizadores António de Macedo e António da Cunha Telles, profissionais que António-Pedro Vasconcelos recordou, no fecho da cerimónia.
Lista de premiados
Melhor Filme: Amor Impossível – António-Pedro Vasconcelos
Melhor Realização: Margarida Cardoso – Yvone Kane
Melhor Actriz Principal: Vitória Guerra – Amor Impossível
Melhor Actor Principal: José Mata – "Amor Impossível"
Melhor Actriz Secundária: Carla Chambel – "Se eu fosse ladrão, roubava"
Melhor Actor Secundário: José Pinto – Capitão Falcão
Melhor Argumento Original: João Leitão e Nuria Leon Bernardo – Capitão Falcão
Melhor Fotografia: Acácio de Almeida – Se eu fosse ladrão, roubava
Melhor Montagem: Edgar Feldman e João Salaviza – Montanha
Melhor Direcção Artística: Nuno Tomaz, Mário Melo Costa e João Leitão – Capitão Falcão
Melhor Som: Vasco Pedroso, Branko Neskov e Elsa Ferreira – Amor Impossível
Melhor Música: Pedro Marques – Capitão Falcão
Melhor Documentário em Longa-Metragem: Pára-me de repente o pensamento – Jorge Pelicano
Melhor Curta-Metragem de Ficção: Rampa – Margarida Lucas
Melhor Documentário em Curta-Metragem: Fora da vida – Filipa Reis e João Miller Guerra
Melhor Curta-Metragem de Animação: Amélia & Duarte – Alice Guimarães e Mónica Santos
Melhor Caracterização: Helena Gonçalves – Capitão Falcão
Melhor Guarda Roupa: Isabel Quadros – Capitão Falcão
Prémio Sophia Estudante: Terra Mãe – Ricardo Couto, da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculos (ESMAE)
Prémio Sophia de Carreira: Carmen Dolores e Fernando Costa