Ministro grego pede ao Eurogrupo que aprove medidas decididas por Atenas

Euclide Tsakalotos, que tem a pasta das Finanças, mandou uma carta aos ministros da zona euro. Vice-chanceler alemão defende alívio da dívida grega.

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Atenas volta a estar sob pressão dos credores. Foto: Louisa Gouliamaki/AFP

O ministro das Finanças grego enviou neste sábado uma carta aos seus parceiros da zona euro a pedir-lhes que aprovem as reformas decididas por Atenas e dêem um sinal claro aos investidores de que a Grécia está a seguir o caminho certo.<_o3a_p>

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O ministro das Finanças grego enviou neste sábado uma carta aos seus parceiros da zona euro a pedir-lhes que aprovem as reformas decididas por Atenas e dêem um sinal claro aos investidores de que a Grécia está a seguir o caminho certo.<_o3a_p>

Euclide Tsakalotos alerta que “a Grécia precisa de uma declaração clara sobre as medidas em curso e as que serão tomadas, o que ajudaria o país a encontrar a confiança dos investidores e a retoma”. Nessa declaração de apoio, acrescenta o ministro na carta a que a AFP teve acesso, o Eurogrupo deve sublinhar que a Grécia “se encontra no bom caminho”, lembrando que o Parlamento grego deverá aprovar neste fim-de-semana as polémicas reformas do sistema de pensões e da fiscalidade.<_o3a_p>

"Isso ajudaria a transformar o círculo vicioso de medidas de austeridade, num círculo virtuoso assente no crescimento”, acrescenta.<_o3a_p>

A carta é endereçada aos ministros das Finanças da zona euro que na segunda-feira têm uma reunião de emergência para debater o novo pacote de austeridade para a Grécia e o alívio da dívida do país.<_o3a_p>

Os credores reclamam medidas adicionais no valor de 3,6 mil milhões de euros, mas Tsakalotos alerta que um pacote de medidas dessa envergadura “não pode ser votado pelo actual Governo, nem por qualquer governo democrático”. E lembra que o sei executivo já aceitou tomar medidas no valor de 5,4 milhões de euros e que as reformas do sistema de pensões e da fiscalidade serão submetidas ao Parlamento este domingo.<_o3a_p>

"Todos os elementos para concluir a avaliação das reformas e proceder ao alívio da dívida estão reunidos”, remata.

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Entretanto, neste sábado o vice-chanceler alemão Sigmar Gabriel apelou aos ministros das finanças da zona euro para que iniciem conversações sobre um alívio da dívida grega, defendendo que não faz sentido eliminar os ténues sinais de recuperação económica com mais medidas de austeridade.<_o3a_p>

Citado pela Reuters, o também ministro alemão da economia disse que “na reunião do Eurogrupo na segunda-feira deve encontrada uma forma de quebrar o círculo vicioso”. “Todos sabem que este alívio da dívida deve acontecer a dada altura. Não faz sentido adiar”, acrescentou.

Os deputados gregos analisam neste fim-de-semana a reforma do sistema de pensões, o agravamento dos descontos para a Segurança Social e o aumento dos impostos sobre os rendimentos médios e mais elevados. A votação destas medidas estava marcada para a próxima quarta-feira, mas o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, decidiu antecipar a agenda, para na segunda-feira chegar a Bruxelas com algumas garantias que convençam os parceiros europeus.<_o3a_p>

As propostas foram o mote para os dois dias de greve convocados pelos sindicatos, que deverão culminar com manifestações em Atenas neste domingo.<_o3a_p>

O pacote de austeridade também não é unânime entre os credores da Grécia. Na sexta-feira, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional,  Christine Lagarde, enviou uma carta aos 29 ministros dos países do euros, onde pede para que iniciem negociações imediatas para aliviar a dívida de Atenas e onde refere que o plano de austeridade imposto a "não é credível" e também "não é desejável" e que as medidas devem ser discutidas em simultâneo com a reestruturação da dívida.<_o3a_p>

"Acreditamos que medidas específicas [reformas económicas], reestruturação da dívida e financiamento devem agora ser discutidas em simultâneo. (…) Para que o FMI apoie a Grécia com um novo acordo é essencial que o financiamento e o alívio da dívida por parte dos parceiros europeus esteja assente em objectivos orçamentais realistas porque estão apoiados em medidas credíveis para os atingirem", refere a missiva.<_o3a_p>