Greve dos estivadores poderá fazer aumentar preços em Lisboa

Agentes económicos pedem responsabilidades e exigem saber que interesses permitem que Governo, operadores e estivadores deixem Porto de Lisboa definhar.

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Com duas semanas de atraso, estivadores e operadores assinam contrato colectivo de trabalho Daniel Rocha

Os pré-avisos de greve estão entregues para vigorar até ao dia 12 de Maio e, a manter-se a situação de paralisação total que ocorre no Porto de Lisboa desde a passada quarta-feira, em que não entra nem sai nenhum navio, as consequências económicas serão avultadas. Os donos das cargas e os armadores não terão outra solução que não a de procurar portos alternativos – nomeadamente Sines e Leixões, tal como aconteceu em greves anteriores, em 2013.

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Os pré-avisos de greve estão entregues para vigorar até ao dia 12 de Maio e, a manter-se a situação de paralisação total que ocorre no Porto de Lisboa desde a passada quarta-feira, em que não entra nem sai nenhum navio, as consequências económicas serão avultadas. Os donos das cargas e os armadores não terão outra solução que não a de procurar portos alternativos – nomeadamente Sines e Leixões, tal como aconteceu em greves anteriores, em 2013.

Marina Ferreira, presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), é a primeira a reconhecê-lo quando, em respostas por escrito enviadas ao PÚBLICO, afirma que, quando encontra dificuldades, o mercado ajusta-se “utilizando outros portos nacionais e não só”. “No caso do mercado abastecido directamente pelo Porto de Lisboa, [este conflito pode] vir a ser repercutido num aumento dos preços dos bens produzidos e consumidos”, alerta.

Entretanto, várias associações empresariais questionam o motivo pelo qual o Governo não decretou, pelo menos, serviços mínimos. A Agepor, que representa os agentes de navegação e que já tinha manifestado “revolta” pelo novo ciclo de greves, apelou a que fossem decretados serviços mínimos que permitam retirar do porto contentores frigoríficos com mercadoria perecível e assegurar ligações às regiões autónomas.

A Associação dos Transitários de Portugal (ATP) aponta o "enorme prejuízo” que a decisão de parar as operações de movimentação da carga “acarreta para o mercado e para a economia nacional” e, por isso, exige saber que “interesses explicam que estivadores, operadores portuários e Governo deixem definhar o Porto de Lisboa lentamente até ao seu encerramento".

"A inaptidão e irresponsabilidade de todos os intervenientes nas negociações paga-se cara, e é chegado o momento de se agir construtivamente de modo a garantir que há futuro para o porto da capital, para os seus trabalhadores e para as empresas que trabalham com este porto", considera a ATP.