Verdes querem "dar voz" aos cidadãos na discussão sobre Monsanto
A Assembleia Municipal de Lisboa promove esta quinta-feira, por iniciativa do PEV, um debate temático sobre o parque florestal.
O Parque Florestal de Monsanto vai estar em debate esta quinta-feira na Assembleia Municipal de Lisboa. A iniciativa é d’ Os Verdes, que com ela pretendem “dar voz às pessoas”, mas também “conhecer qual é a estratégia da câmara” para “o maior e mais importante espaço verde da cidade”.
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O Parque Florestal de Monsanto vai estar em debate esta quinta-feira na Assembleia Municipal de Lisboa. A iniciativa é d’ Os Verdes, que com ela pretendem “dar voz às pessoas”, mas também “conhecer qual é a estratégia da câmara” para “o maior e mais importante espaço verde da cidade”.
“Queremos devolver a voz à população, aos cidadãos, às associações ambientais, culturais, desportivas”, explica ao PÚBLICO a deputada Cláudia Madeira, que vê este debate como uma oportunidade para perceber quais são as suas “preocupações” e que “propostas” têm para Monsanto.
“O que tem acontecido é que a câmara avança com determinados projectos e não envolve a sociedade”, lamenta a eleita do PEV, que defende que não basta ouvir os vereadores e deputados municipais.
Cláudia Madeira destaca também a importância de ser dada a conhecer “a estratégia da câmara” para o parque florestal. “Parece não haver uma estratégia concertada e coerente”, critica, constatando que “de vez em quando aparecem propostas avulsas”.
A ideia da realização de um debate sobre o tema surgiu em Abril de 2015, numa recomendação do PEV que foi aprovada por unanimidade. No documento, os deputados d’ Os Verdes notavam que “uma vasta área do parque florestal já se encontra alienada e construída, muitas vezes sob o pretexto de utilidade pública” e sublinhavam a “importância estratégica” do parque para a cidade.
Depois disso, o vereador da Estrutura Verde anunciou que a Câmara de Lisboa iria dar seguimento à recomendação, promovendo em Setembro desse ano “um grande debate” sobre o tema. Nele, fez saber José Sá Fernandes, iriam ser “debatidos em conjunto todos os projectos e iniciativas” para o parque florestal, que o autarca sustentou que se deve “preservar como uma mata modelo e ser mais usufruída”.
O ano, que ficou marcado por uma grande polémica em torno da concessão a um privado de vários espaços municipais em Monsanto, chegou no entanto ao fim sem que se realizasse a prometida iniciativa. Por parte do pelouro da Estrutura Verde da autarquia, aquilo a que se assistiu foi a uma apresentação aos vereadores de uma “Estratégia para o Parque Florestal de Monsanto”, que segundo foi transmitido inclui a criação de novos trilhos, a introdução de medidas de acalmia de tráfego e a melhoria das ligações do parque florestal a outros concelhos.
Esta quinta-feira, o debate sugerido pelo PEV vai finalmente concretizar-se. Os trabalhos, que terão lugar no Fórum Lisboa (na Avenida de Roma), arrancam às 18h e deverão prolongar-se até às 20h45. Entre os oradores estarão o vereador Sá Fernandes, um representante do Instituto de Conservação da Natureza e um da Plataforma por Monsanto.
Num segundo painel terão assento os presidentes das juntas de freguesia da Ajuda, Alcântara, Belém, Benfica, Campolide e São Domingos de Benfica, a Provedora dos Animais de Lisboa, Inês Sousa Real, e um representante da Polícia Florestal. Seguir-se-ão as intervenções de “associações e organizações da sociedade civil” e do público.
De acordo com as informações divulgadas pela assembleia municipal, poderão inscrever-se para participar no debate dez pessoas, cada uma das quais terá três minutos para falar. Os últimos a intervir serão os eleitos das diferentes forças políticas.
Dentro de algumas semanas, em data a definir, terá lugar uma segunda sessão deste debate temático. É nela que poderá ser eventualmente apreciada e votada uma recomendação à câmara, com propostas para o Parque Florestal de Monsanto.