É assim que vão ficar os passeios de Lisboa

Na Rua de Alcântara, o município concretizou a solução que quer alargar a toda a cidade: a calçada deu lugar a blocos feitos de cimento branco e pedra de lioz

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Para Fernando Medina, os passeios estão agora "mais largos, mais confortáveis e mais seguros" Daniel Rocha

Quer saber como vão ser as ruas de Lisboa no futuro? Então o melhor é visitar a Rua de Alcântara, na freguesia com o mesmo nome, na qual a Câmara de Lisboa concretizou a solução que assume querer alargar a toda a cidade, com excepção das zonas históricas.

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Quer saber como vão ser as ruas de Lisboa no futuro? Então o melhor é visitar a Rua de Alcântara, na freguesia com o mesmo nome, na qual a Câmara de Lisboa concretizou a solução que assume querer alargar a toda a cidade, com excepção das zonas históricas.

Nesta artéria, a calçada ficou reduzida a uma estreita faixa junto aos prédios, tendo o espaço restante sido ocupado com um material de cor clara feito de cimento branco e pedra de lioz. Junto às passadeiras os passeios foram rebaixados e passaram a ter um piso táctil de cor escura.

“Esta é a solução que vai ficar na cidade. Nas zonas não históricas, naturalmente. Não naquelas em que existe calçada artística”, explicou ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Lisboa, que visitou esta quinta-feira a Rua de Alcântara. O objectivo foi assinalar a reabertura desta artéria, que esteve fechada ao trânsito durante seis meses para a realização de obras, no âmbito do programa Pavimentar Lisboa.

Essas obras, que custaram cerca de 400 mil euros, incluíram a reconstrução da estrada e a substituição do sistema de drenagem, bem como o reperfilamento da rua e o aumento das áreas pedonais. Esse último aspecto foi destacado pelo vereador do Espaço Público e das Obras Municipais, que explicou que o espaço destinado à circulação automóvel foi reduzido, permitindo o alargamento dos passeios para uma dimensão que vai variando ao longo da rua. “Estamos a privilegiar o peão em relação ao carro”, constatou.     

Quanto ao novo piso dos passeios, Manuel Salgado considerou que se encontrou “a solução boa”. “É confortável, não escorrega e é relativamente expedita a sua execução”, disse, acrescentando que se algum dos blocos de cimento branco e pedra de lioz “estalar” os estragos ficam contidos e é “fácil” fazer a substituição.

Quanto ao porquê de ter sido mantida uma estreita faixa em calçada, o autarca explicou que este é um material que “é mais fácil de ajustar” a elementos como as soleiras das portas e que também traz vantagens quando é preciso mexer nas canalizações de gás e noutras infra-estruturas no subsolo.

“Estou mesmo contente com este piso”, comentou por sua vez o presidente da câmara, que percorreu a pé a Rua de Alcântara, parando pelo caminho para perguntar a opinião de transeuntes e comerciantes. Para Fernando Medina, os passeios estão agora “mais largos, mais confortáveis e mais seguros”, o que em seu entender irá contribuir para que haja “mais pessoas a circular na rua”.

“É verdadeiramente uma nova Rua de Alcântara que temos. Tem poucas semelhanças com a anterior”, rematou o autarca, sublinhando que esta obra era “muito difícil” mas “cumpriu os prazos”.

Também o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara se mostrou satisfeito com o resultado de seis meses de trabalho e com o novo pavimento pedonal. “É muito confortável e é antiderrapante. Penso que as cidades têm que se modernizar para servir melhor quem delas quer usufruir”, afirmou Davide Amado.

O autarca acredita que com a intervenção agora concluída a Rua de Alcântara se transformou numa “rua privilegiada de passagem pedonal”, algo que por sua vez “potencia o comércio, as actividades económicas da freguesia”. Davide Amado frisou ainda que essa transformação não ficará por aqui, uma vez que em breve arrancarão as obras na Rua 1º de Maio, que vai ser pavimentada, e no Largo do Calvário, onde vai ser concretizada mais uma intervenção do programa Uma Praça em Cada Bairro.

Segundo Fernando Medina, essa última obra deverá ter início em Junho ou Julho, prolongando-se por seis meses. “É uma das praças emblemáticas da cidade”, constatou, lamentando que ela esteja hoje “muito dominada pelo automóvel”.