Aeroporto do Porto acredita que vai crescer este ano, mesmo com cancelamentos da TAP

Serão taxas de crescimento mais modestas, mas no aeroporto de Pedras Rubras todos acreditam que a infra-estrutura vai continuar a crescer para se afirmar na região

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Rita França

Os cancelamentos dos voos da TAP para as cidades de Roma, Barcelona, Milão e Bruxelas não são propriamente aplaudidos — “nunca ficamos satisfeitos por perdermos tráfego, um destino, um cliente” — mas também não são dramatizados pelos responsáveis do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

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Os cancelamentos dos voos da TAP para as cidades de Roma, Barcelona, Milão e Bruxelas não são propriamente aplaudidos — “nunca ficamos satisfeitos por perdermos tráfego, um destino, um cliente” — mas também não são dramatizados pelos responsáveis do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Em representação do director do aeroporto, e durante a apresentação pública daquele que será o 21.º destino para o qual será possível voar a partir de Pedras Rubras (Varsóvia, com a Wizz Air, a partir de Maio), António Loureiro, chefe de serviço das operações aeroportuárias, disse mesmo acreditar que o aeroporto do Porto vai conseguir crescer durante este ano. “Serão certamente crescimentos mais modestos do que os que regist]amos em 2015, mas há muitas outras companhias a querer voar para o Porto, e nós cá estaremos para lhes dar todas as condições de que precisarem”, afirmou.

Numa altura em que a contestação à política da TAP relativamente ao aeroporto do Porto está na ordem do dia, na sequência das alterações à privatização da companhia — esta quinta-feira, o ministro da tutela estará no Parlamento a prestar esclarecimentos — os responsáveis daquele aeroporto optaram por desdramatizar as opções da TAP. “Estamos habituados a que seja assim. As companhias estão constantemente a avaliar o mercado e a refazer rotas. A British Airways saiu e vai voltar, Swiss Air a mesma coisa, a Lufthansa também entendeu recuperar a operação depois de ter saído. As companhias fazem planos, fazem previsões, }as vezes acertam, as vezes não. E o mercado de aviação é muito volátil. Depende de muitos factores que pouco controlamos. O que podemos controlar é dar as melhores condições de operação aeroportuária a todos os clientes, e isso fazemos com empenho, dando as mesmas condições para todos”, afirmou o responsável.

Actualmente, estão instalados no Sá Carneiro as bases de três companhias aéreas: Ryanair, EasyJet e TAP. "Não é considerado um hub, mas é uma base importante. Tem aviões parqueados aqui", esclarece António Loureiro.

Recusando-se a comentar os apelos que têm vindo a ser feitos para boicotar as ligações da TAP — uma ameaça que foi repetida pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira — António Loureiro relativizou, apenas, as razões que podem levar uma ligação a dar prejuízo. "As taxas de ocupação não dizem tudo. O material que as companhias têm, isto é, o tipo de aviões, os esquemas de horários de tripulação, há sempre muita coisa em jogo" e também as opções estratégicas das empresas. "As companhias aéreas nunca revelam esses números e essas estratégias. Faz parte do segredo do negócio", avisou. 

Em jeito de balanço, o ano de 2015 terá sido o melhor de sempre, com o Sá Carneiro a ultrapassar a fasquia dos oito milhões de passageiros movimentados, registado taxas de crescimento de mais de 17% face ao ano anterior. Foi o ano em que as boas-vindas a três novas companhias aéreas (Germanwings, Turkish Airlines e Czech Airlines) alargaram o número de destinos oferecidos, com a inauguração de oito novas rotas (Bristol, Dusseldorf, Istambul, Lorient, Luton, Estugarda, Manchester e Praga) e em que foram aumentadas as operações para Nantes e Luxemburgo (através da EasyJet, a terceira companhia a instalar uma base aérea do aeroporto do Porto), Ponta Delgada (com a Ryanair) e Zurique (com a Swiss Air).

Com os anúncios que já tiveram lugar este ano — como as novas rotas da Ryanair (Copenhaga), da EasyJet (Funchal), da Transavia (Munique), da Vueling (Amsterdão e Zurique), da Ailge Azur (Lyon), da Andorra Airlines (Andorra) e o reforço das operações e frequências da Air Transat (Toronto), Transavia (Munique), SN Brussels (Bruxelas), Lufthansa (Munique) e British Airways (Gatwick) — a direcção do aeroporto do Porto espera manter o número de movimentos bem acima dos oito milhões de passageiros.

Com a entrada da Andorra Airlines, em Abril, e da Wizz Air, em Maio, o aeroporto do Porto passa a receber 22 companhias áereas, das quais apenas seis são empresas low cost. A húngara Wizz Air vai ligar o Porto à capital polaca duas vezes por semana (quarta e domingo) a partir de Maio.

Em 2015 as cinco companhias de aviação low cost representaram 63,3% do tráfego total do aeroporto.