Joe Biden não se candidata, Hillary tem o caminho livre
Vice-presidente dos EUA anunciou a sua decisão, dizendo que já não há tempo para montar uma campanha e que a família ainda está de luto pela morte do filho Beau.
Está desfeita a dúvida e Joe Biden tomou uma decisão: o actual vice-presidente norte-americano não vai tentar a sua sorte candidatando-se à sucessão de Barack Obama em 2016. Hillary Clinton já pode suspirar de alívio, por ver afastado da corrida o que poderia ser o primeiro concorrente sério no campo democrata.
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Está desfeita a dúvida e Joe Biden tomou uma decisão: o actual vice-presidente norte-americano não vai tentar a sua sorte candidatando-se à sucessão de Barack Obama em 2016. Hillary Clinton já pode suspirar de alívio, por ver afastado da corrida o que poderia ser o primeiro concorrente sério no campo democrata.
Com Obama a seu lado, Joe Biden pôs fim às especulações — desde Agosto que estava a tentar decidir se ele e a sua família estavam preparados para o que seria uma árdua campanha, apenas meses depois de o seu filho Beau ter morrido, de cancro no cérebro, em Maio. Beau queria que ele se candidatasse, mas Biden, de 72 anos, duvidava que tivesse energia para isso, e que houvesse ainda tempo para lançar a sua candidatura.
“Infelizmente, acho que já não temos o tempo necessário para montar uma campanha vencedora para conquistar a nomeação do Partido Democrata [para disputar as eleições presidenciais de 2016]”, afirmou Biden, numa conferência de imprensa no Jardim das Rosas, na Casa Branca. “Mas também sei que não conseguiria fazê-lo se a minha família não estivesse pronta”, confessou.
Biden, ex-senador pelo estado do Delaware, é popular junto dos eleitores brancos da classe operária e pode ainda ter um papel a desempenhar nestas eleições se der o seu apoio a um candidato democrata. Ele parece ter intenções de o fazer. “Embora não seja candidato, não vou ficar calado”, afirmou.
“Pretendo falar claramente e influenciar tanto quanto puder para definir o que somos enquanto partido e qual o rumo que devemos seguir como nação”, declarou o ainda vice-presidente norte-americano.
Hillary Clinton, a candidata favorita dos democratas, era quem poderia sofrer mais com a entrada em liça de Biden — a certa altura, parecia quase inevitável que o vice-presidente se candidatasse, porque a ex-secretária de Estado não deixava de ser acossada pela polémica em torno do seu uso de um servidor de e-mail privado enquanto desempenhou o cargo, e continuava a descer nas sondagens.
Mas no primeiro debate entre os candidatos democratas, o bom desempenho de Hillary fê-la subir dez pontos nas sondagens. “O caminho dela está agora mais facilitado”, comentou o estratega democrata Bud Jackson à Reuters. “A maior parte dos estudos de opinião reflecte que sem Biden na corrida, ela fica beneficiada.”
O senador Bernie Sanders, de Vermont, um raro socialista americano, tem galvanizado a ala mais à esquerda do Partido Democrata, mas não deu provas de conseguir alargar o seu poder de atracção.
Clinton, logo após o anúncio de Biden, elogiou-o e chamou-lhe “um bom amigo e um grande homem”, num post no Twitter. “Hoje e sempre, inspirada pelo seu optimismo e compromisso em mudar o mundo para melhor”, escreveu.