Os melhores concertos que Peixe já viu em Paredes de Coura

Dia 21 de Agosto, Peixe toca no Jazz na Relva, regressando assim a Paredes de Coura, como músico e espectador, desde o "arrebatador" concerto dos Ornatos Violeta em 2012. Antes, viaja no tempo e recorda os melhores concertos que já viu no festival

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Não há muitos músicos que possam dizer que fecharam o Festival Paredes de Coura. Pedro Cardoso, Peixe como o mundo o conhece, é um deles (o já mítico concerto de Ornatos Violeta em 2012). O guitarrista regressa este ano à Praia Fluvial do Taboão, como músico e espectador, desde esse momento "arrebatador", para um concerto em nome próprio no Jazz na Relva a 21 de Agosto: "Lembro-me logo daquela frase dos Monty Python: 'And now for something completely different'. Na última vez [actuei] com uma multidão à frente, agora [vou] com a minha música a solo. É uma coisa muito intimista." "Motor", o novíssimo álbum, será o centro, mas pode haver surpresas, confessa, ao telefone com o P3: "Gosto de tocar os 'Verdes Anos' do Carlos Paredes."

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Não há muitos músicos que possam dizer que fecharam o Festival Paredes de Coura. Pedro Cardoso, Peixe como o mundo o conhece, é um deles (o já mítico concerto de Ornatos Violeta em 2012). O guitarrista regressa este ano à Praia Fluvial do Taboão, como músico e espectador, desde esse momento "arrebatador", para um concerto em nome próprio no Jazz na Relva a 21 de Agosto: "Lembro-me logo daquela frase dos Monty Python: 'And now for something completely different'. Na última vez [actuei] com uma multidão à frente, agora [vou] com a minha música a solo. É uma coisa muito intimista." "Motor", o novíssimo álbum, será o centro, mas pode haver surpresas, confessa, ao telefone com o P3: "Gosto de tocar os 'Verdes Anos' do Carlos Paredes."

Neste momento, atendendo à música que faz, assente na sua solitária guitarra, diria que este é o seu "palco preferido", onde aliás já tocou no passado com os Zelig e com os — praticamente inéditos — All Smiling Underground Motherfucking Not So Jazz Band.  "O que me agrada no ambiente de Paredes e Coura é que as pessoas estão muito descontraídas, acho que estão mais relaxadas do que noutros festivais. E aquela praia fluvial com o palco [Jazz na Relva] dá uma boa onda do caraças. É um ambiente fixe e há sempre uma fracção de pessoas que está interessada no concerto."

É o festival português de que mais gosta e vai regularmente. E é na perspectiva de espectador que faz uma viagem no tempo e escolhe, a pedido do P3, cinco dos muitos "concertos incríveis" a que já assistiu nas margens do Rio Coura:

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Arcade Fire (2005) Paulo Pimenta

Mr. Bungle (2000)

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Peixe Adriana Oliveira

Era e sou do fã de Mr. Bungle. Aliás, todos os Ornatos adoravam Mr. Bungle e nunca tínhamos visto, nem tínhamos ideia de eles tocarem muito na Europa, ao contrário dos Faith No More. Foi um concerto fabuloso. A minha dúvida era se eles conseguiam fazer no palco o que conseguiam fazer nos discos e foi ainda melhor que o disco. 

 






The Flaming Lips (2000)

Foi um concerto espectacular. Não conhecia tao bem como conhecia Mr. Bungle, tinha ouvido algumas coisas, mas tinha gostado. E foi arrebatador, uma uma supresa incrível. Primeiro, a música deles é fabulosa. O trabalho de vídeo estava inacreditável — havia uma câmara no microfone do vocalista apontada à boca que às vezes aparecia projectada atrás. E depois a forma como interagiam com o público — lembro-me que, a dada altura, lançaram bolas gigantes. Nesse mesmo ano vi também os Coldplay quando ninguém os conhecia. E gostei deles, foi agradável (risos). Era popzita, humilde, porreiro, mas nada de muito marcante.

 

Arcade Fire (2005)

Já tinha ouvido algumas coisas deles, mas só depois do concerto é que comprei o "Funeral" e, mais tarde, o "Neon Bible". Foi esse concerto que me fez ficar atento e aperceber que era uma banda mesmo especial e diferente. Tocaram ao fim-da-tarde no lusco-fusco e foi muito bonito. Inúmeros instrumentistas em palco, muita percussão, quase uma energia espiritual. Foi uma coisa mágica. Não é o rock agressivo, mas é tão ou mais intenso. As canções são progressivas e directas e têm uma poesia qualquer, uma melancolia qualquer meio escura. São um caso mesmo especial e continuam a ser uma das minhas bandas preferidas, ainda que não os tenha ouvido muito actualmente.

 

Queens of The Stone Age (2005)

Eu andava um pouco chateado porque tinha perdido um concerto mítico dos QOTSA. Foi na altura dos "Songs for the Deaf", em que o Dave Grohl gravou as baterias, e ele também veio tocar com eles ao Teatro Sá da Bandeira, no Porto. Eu não fui e fiquei mesmo arrependido. Depois, em 2005, no Paredes de Coura, os Foo Fighters tocavam no mesmo ano e eu pensei: "Será que o Dave Grohl vai dar uma perninha?" Salvo erro, ele não o fez, mas o concerto dos QOTSA foi incrível, foi muito bom. O volume estava altíssimo, dos concertos com o som mais alto a que assisti. Estava incrível. Também adorei Foo Fighters.

 

Battles (2011)

Mais recentemente, destaco os Battles. Estava bastante expectante com o concerto deles e dos Mogwai. Tinha ouvido coisas deles, alguns amigos tinham-me mostrado, e fiquei curioso. No concerto fui completamente arrebatado, fiquei fã incondicional. O baterista é inacreditável e as projecções em vídeo também eram butais.