Autores e estrelas da classe internacional: revelado o programa de Veneza
A 72ª edição do festival começa a 2 de Setembro
Há 21 títulos em competição: Frenzy, do turco Emin Alper; Heart Of A Dog, de Laurie Anderson – encomenda da Arte à artista sobre a sua filosofia de vida, e como ela foi repetindo que não tinha uma, o filme é sobre esse diálogo, esse vai-e-vém, e é um filme sobre a perda; os italianos Sangue Del Mio Sangue, de Marco Bellocchio, Per Amor Vostro, de Giuseppe M. Gaudino, L’Attesa, de Piero Messina e A Bigger Splash, de Luca Guadagnino (com a "sua" Tilda Swinton, de Sou o Amor); Looking For Grace, de Sue Brooks; Equals, de Drake Doremus, Remember, de Atom Egoyan; Beasts Of No Nation, de Cary Fukunaga, adaptação do livro de Uzodinma Iweala, título como o do álbum de Fela Kuti - um dos filmes americanos de que talvez mais se falará este ano, drama bélico sobre as experiências de uma criança-soldado na guerra-civil num país africano; Marguerite, de Xavier Giannoli; Rabin, The Last Day, de Amos Gitai - sobre o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin; The Endless River, de Oliver Hermanus; The Danish Girl, de Tom Hooper (O Discurso do Rei) - por falar em títulos dos mais falados do ano: este é o filme de Eddie Redmayne depois do seu Óscar por The Theory of Everything, e interpreta Einar Wegener, artista, nascido homem e uma das primeiras pessoas a submeter-se, nos inícios da década de 30, a cirurgia experimental transgender; ainda Anomalisa, de Charlie Kaufman, filme de animação, a técnica stop motion; 11 Minutes, de Jerzy Skolimowski (11 minutos nas vidas de várias personagens); Francofonia, de Aleksandr Sokurov (o seu Fausto foi o Leão de Ouro em 2011); El Clan, de Pablo Trapero; Desde Alla, de Lorenzo Vigas: L’Hermine, de Christian Vincent e Behemoth, de Liang Zhao.
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Há 21 títulos em competição: Frenzy, do turco Emin Alper; Heart Of A Dog, de Laurie Anderson – encomenda da Arte à artista sobre a sua filosofia de vida, e como ela foi repetindo que não tinha uma, o filme é sobre esse diálogo, esse vai-e-vém, e é um filme sobre a perda; os italianos Sangue Del Mio Sangue, de Marco Bellocchio, Per Amor Vostro, de Giuseppe M. Gaudino, L’Attesa, de Piero Messina e A Bigger Splash, de Luca Guadagnino (com a "sua" Tilda Swinton, de Sou o Amor); Looking For Grace, de Sue Brooks; Equals, de Drake Doremus, Remember, de Atom Egoyan; Beasts Of No Nation, de Cary Fukunaga, adaptação do livro de Uzodinma Iweala, título como o do álbum de Fela Kuti - um dos filmes americanos de que talvez mais se falará este ano, drama bélico sobre as experiências de uma criança-soldado na guerra-civil num país africano; Marguerite, de Xavier Giannoli; Rabin, The Last Day, de Amos Gitai - sobre o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin; The Endless River, de Oliver Hermanus; The Danish Girl, de Tom Hooper (O Discurso do Rei) - por falar em títulos dos mais falados do ano: este é o filme de Eddie Redmayne depois do seu Óscar por The Theory of Everything, e interpreta Einar Wegener, artista, nascido homem e uma das primeiras pessoas a submeter-se, nos inícios da década de 30, a cirurgia experimental transgender; ainda Anomalisa, de Charlie Kaufman, filme de animação, a técnica stop motion; 11 Minutes, de Jerzy Skolimowski (11 minutos nas vidas de várias personagens); Francofonia, de Aleksandr Sokurov (o seu Fausto foi o Leão de Ouro em 2011); El Clan, de Pablo Trapero; Desde Alla, de Lorenzo Vigas: L’Hermine, de Christian Vincent e Behemoth, de Liang Zhao.
Fora de competição está o filme de abertura, Everest, de Baltasar Kormakur, com Jake Gyllenhaal, Josh Brolin, Keira Knightley - um grupo de personagens a tentar chegar ao cume da montanha mais alta do mundo, duas expedições concorrentes, os desafios e o cinema como proeza... mais alto, mais forte, mais... eis o filme de abertura, o título que se segue a Gravity e Birdman, nos anos anteriores.
Mas é nesta secção que há uma ofensiva importante do documentário: De Palma, de Noah Baumbach e Jake Paltrow, In Jackson Heights, de Frederick Wiseman, o seu olhar sobre Jackson Heights, em Queens, um dos bairros mais étnica e culturalmente diversos dos Estados Unidos; Janis, de Amy Berg (sobre Janis Joplin), The Event, de Sergei Loznitsa ou Afternoon, de Tsai Ming-liang, o Grande Prémio do Júri do ano passado com Stray Dogs.
Ainda fora de concurso, Martin Scorsese apresentará uma curta, The Audition, com Robert de Niro, Leonardo diCaprio e ele próprio, e que é, nem mais nem menos, do que um filme promocional de dois novos casinos na Ásia (Studio City em Macau e City of Dreams nas Filipinas). Michael Keaton reaparece depois de Birdman: Spotlight, de Thomas McCarthy, sobre a mais antiga equipa de investigação jornalística nos EUA, a do Boston Globe. Black Mass, de Scott Cooper, traz Johnny Depp a interpretar o gangster James “Whitey” Bulger, que se tornou informador do FBI e dessa forma continuou a eliminar a competição ao longo de três décadas.
Por estas razões, esta está a ser lida - por exemplo, uma revista da indústria, a Variety - como uma forte mistura de quota de estúdio (isto é, Hollywood e estrelas) e de vedetismo, também internacional, do cinema de autor. O que pode reposicionar Veneza no indisfarçável duelo com o Festival de Toronto - que começa a 10 de Setembro, já quase no final do festival de Veneza, o que levou alguns analistas a falarem em tréguas nessa luta.
Já tinha sido anunciado na semana passada: a estreia de João Salaviza na longa-metragem, Montanha, vai ser exibida na secção paralela Semana da Crítica. É a aguardada longa-metragem do cineasta português, o filme que faz depois de um estonteante percurso pelas curtas - uma Palma de Ouro em Cannes (Arena, 2009, júri presidido por John Boorman) e um Urso de Ouro em Berlim (Rafa, em 2012). O título, Montanha, como disse Salaviza a este jornal, refere-se a algo de imponente - a adolescência - que ele continua a tentar escalar com o seu cinema.