Lisboa pertence-lhes
Com Aqui, em Lisboa, estreia na produção cinematográfica do IndieLisboa, o festival quis mostrar o seu legado. A Lisboa de Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier.
“Fomos ingénuos”, começa por contar Miguel Valverde, encerrando nessa conclusão, e em retrospectiva, os dois anos de busca de financiamentos. “Não sabíamos como financiar, não tínhamos fundos próprios, a Câmara Municipal de Lisboa deu algum dinheiro, mas pouco”... e foi a NOS que permitiu a conclusão do projecto.
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“Fomos ingénuos”, começa por contar Miguel Valverde, encerrando nessa conclusão, e em retrospectiva, os dois anos de busca de financiamentos. “Não sabíamos como financiar, não tínhamos fundos próprios, a Câmara Municipal de Lisboa deu algum dinheiro, mas pouco”... e foi a NOS que permitiu a conclusão do projecto.
Foram dois anos a articular os argumentos – guiando, à maneira de um elegante produtor, as histórias para que o resultado não fosse apenas a soma de quatro curtas, mas uma longa –, de constituição de equipas técnicas e de satisfação dos desejos dos realizadores. Que tanto quiseram filmar em película como em vídeo de alta definição e que desde cedo mostraram “que não queriam fazer o vulgar filme de encomenda, cada um queria fazer o seu filme normal”.
“Cada realizador”, conta, “para trabalhar o guião, tinha que vir a Lisboa e ter uma experiência de vivência aqui, para se habituar à cidade. Nenhum falou com os outros [sobre o que estava a fazer] – essa era uma das condições – e fomos sendo o receptáculo de tudo, encaminhando as coisas para termos a certeza de que os filmes funcionariam como uma longa”, conclui Valverde.
Nota, então, as “coincidências extraordinárias” que os segmentos de Aqui, em Lisboa revelam, em termos de circulação de actores, de rimas, de referências (até a músicas)... E são eles: Excursões, de Denis Côté, ou o encontro de dois corações solitários, com banda a tocar e excursões turísticas; Los Barcos, de Dominga Sotomayor, ou uma actriz chilena em Lisboa a rodar um filme em que tem papel secundário porque ninguém estava disponível; L’oiseau de la nuit, de Marie Losier, retrato de Fernando, o homem por trás de Deborah Krystal, performer do Finalmente; Freud und friends, de Gabriel Abrantes, em que (um duplo de) Werner Herzog viaja ao interior de Gabriel Abrantes para registar os sonhos do realizador.
O filme vai ser exibido no Indie no dia 24 de Abril. A estreia está marcada para Outubro. O interesse de festivais internacionais começa a fazer-se notar.