O tio da Colômbia

O cabotinismo do papão Benicio del Toro, aqui como Pablo Escobar, a comer preguiçosamente cenas do filme.

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Podia ser uma fábula de terror, uma história para assustar as crianças ao deitar – a do menino que entrou na toca do lobo – e há sinais disso, ingénuos, sem jeito, que são deixados. 

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Podia ser uma fábula de terror, uma história para assustar as crianças ao deitar – a do menino que entrou na toca do lobo – e há sinais disso, ingénuos, sem jeito, que são deixados. 

Mas o momento papão de Escobar: Paraíso Perdido, estreia na realização do actor Andrea di Stefano, talvez seja a forma como Benicio del Toro, actor que deve estar já na fase em que, para contornar o aborrecimento, tem de fazer o seu próprio filme, rouba as cenas, como se as comesse – um movimento com o pé e com a meia aqui, para mudar o foco de atenção, uma preguiça geral que se espraia, lentamente ocupando o filme. É um pequeno espectáculo de cabotinismo (ao menos se fosse um grande espectáculo de cabotinismo...), não chega a ser experiência alternativa, um filme dentro do filme que nos faça perder tempo com Escobar: Paraíso Perdido.