Realidade Aumentada e histórias de espionagem na Madeira

“Project Paperclip”, uma criação do português Nuno Serrão, é a primeira exposição fotográfica do mundo a utilizar Augmented Reality

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Já foi uma operação de espionagem. Hoje, “Project Paperclip”, uma invenção do português Nuno Serrão, é a primeira exposição fotográfica a nível mundial a utilizar Augmented Reality (realidade aumentada).

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Já foi uma operação de espionagem. Hoje, “Project Paperclip”, uma invenção do português Nuno Serrão, é a primeira exposição fotográfica a nível mundial a utilizar Augmented Reality (realidade aumentada).

No sábado, 11 de Fevereiro (pelas 17h), o Centro das Artes da Casa das Mudas, na Madeira, transforma-se. A Guerra Fria é o fio condutor entre fotografias, apresentadas num formato mais ou menos tradicional, e paisagens sonoras, disfarçadas num algoritmo.

Não explicamos a teoria. Passamos à prática: iPhone, download gratuito da aplicação Project Paperclip na App Store e uns auscultadores (quanto mais envolventes melhor). Nos locais físicos da exposição (ou neste site), o visitante vai desbloqueando as ambiências sonoras enquanto aponta o iPhone para a fotografia em questão.

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Auto-retrato de Nuno Serrão

A experiência será única para cada pessoa porque o algoritmo utiliza variáveis reais: a hora do dia, o nível de ruído existente na sala, o movimento e a localização do utilizador.

Espionagem militar

A exposição funde-se com a história da “Operation Paperclip”, um programa militar usado pelos americanos depois da Segunda Guerra Mundial para recrutar cientistas da Alemanha nazi.

“Pode parecer bizarro que o mais perigoso conflito militar da humanidade se torne fonte de inspiração, mas, se é verdade que em nenhum outro momento da nossa história estivemos tão perto da auto-extinção, é igualmente verdade que nunca tivemos tão poucos limites impostos à nossa imaginação”.

A Guerra Fria porquê? “Porque a nível cultural, científico, político, e militar, é uma época que sempre me fascinou. É uma das mais cruas representações dos nossos melhores e piores momentos como civilização”, explica o autor.

O conceito da aplicação foi criado por Nuno Serrão (Funchal, 1980), programador, web designer e director criativo da sua própria agência de publicidade, a Urbanistas Digitais — também fotógrafo, já agora. O algoritmo e o interface foram desenvolvidos com Yuli Levtov e as “soundscapes” criadas com Alexnoise.