Algures

A questão com Sofia pode continuar a colocar-se: um filme sobre o vazio ou um filme vazio? Um filme superficial ou um filme sobre superfícies? Julgamos que "Algures" responde. Quer dizer: expõe Sofia. Que aqui, tentanto ir para além da bolha atmosférica - e é justo dizer que ela aguentou todo um filme, "As Virgens Suicidas", numa espécie de leveza doentia, e isso é obra -, aventurando-se pela "malaise" existencialista, em modo Wenders ou Antonioni, dá um passo maior do qu as pernas. Nunca levantando o filme acima do "cliché".

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A questão com Sofia pode continuar a colocar-se: um filme sobre o vazio ou um filme vazio? Um filme superficial ou um filme sobre superfícies? Julgamos que "Algures" responde. Quer dizer: expõe Sofia. Que aqui, tentanto ir para além da bolha atmosférica - e é justo dizer que ela aguentou todo um filme, "As Virgens Suicidas", numa espécie de leveza doentia, e isso é obra -, aventurando-se pela "malaise" existencialista, em modo Wenders ou Antonioni, dá um passo maior do qu as pernas. Nunca levantando o filme acima do "cliché".

Há pedaços desastrosos (todo o episódio italiano é caricatura), a deambulação pai/filha é oportunidade perdida (passámos o filme a pensar em "Alice nas Cidades", de Wenders), o Chateau Marmont de Los Angeles é apenas cenário, nunca inquieta a câmara. Lembrámo-nos de Sofia, actriz no "Padrinho III", exposta pelo pai, Francis: qualquer coisa próximo do incómodo.