O Benfica continua a ter mais jogos do que pontos
O jogo teve direito a dois tipos de defesas distintas. Uma macia e nem por isso muito requisitada, outra rija e catapultada. Num jogo de futebol ambas estão sujeitas a sofrer golos. A defesa do Benfica sofreu primeiro (17’) porque a linha vermelha ainda não acompanha o resto da equipa. Actualmente a defesa em linha do Benfica é tão fiável como um carro comprado há 20 anos: fiel companheiro, mas sempre a precisar de afinações. A defesa do V. Guimarães sofreu pouco depois (32’) não só porque a pedra dura não costuma resistir à água mole, mas também (e principalmente) porque Nilson assinou a “robertada” da noite.
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O jogo teve direito a dois tipos de defesas distintas. Uma macia e nem por isso muito requisitada, outra rija e catapultada. Num jogo de futebol ambas estão sujeitas a sofrer golos. A defesa do Benfica sofreu primeiro (17’) porque a linha vermelha ainda não acompanha o resto da equipa. Actualmente a defesa em linha do Benfica é tão fiável como um carro comprado há 20 anos: fiel companheiro, mas sempre a precisar de afinações. A defesa do V. Guimarães sofreu pouco depois (32’) não só porque a pedra dura não costuma resistir à água mole, mas também (e principalmente) porque Nilson assinou a “robertada” da noite.
Os golos deram alguma forma a um jogo que durante muito tempo parecia ser disputado por 30 jogadores. Faltava espaço de manobra, sobravam erros de parte a parte. João Ribeiro, um dos dois que não foi titular na vitória frente ao Nacional (o outro foi João Paulo, operado ontem de urgência), foi o primeiro a mostrar irreverência. Ensaiou dois remates perigosos (logo aos 20 segundos e ao quinto minuto) para depois ser o intermediário de uma jogada-relâmpago que começou em Toscano e acabou em Edgar (1-0).
O tino do Benfica chegou com o passar do tempo – tarde, dirá Jorge Jesus. A equipa montou a catapulta muito perto do forte vimaranense, acabando o empate por surgir com uma pedra que até passara à margem da muralha. O guarda-redes Nilson pinchou da caixa como um brinquedo infantil. Saviola, logo ele, não perdoou.
O estádio estava literalmente a fumegar. O Benfica estacionara lá à frente. Saviola já se queixara de um fora-de-jogo, Aimar de uma falta na área, Carlos Martins já testara a resistência das luvas de Nilson. O jogo estava nas mãos de Jesus (e nas de Roberto, que aos 55’ defendeu como pôde um livre estudado).Manuel Machado jogou a pensar no futuro (esgotou cedo as substituições), Jesus dava sinal para avançar a catapulta César Peixoto, enquanto a sua defesa, macia, acumulava cartões amarelos.
Roda o palco. Tem a palavra a equipa da casa, muito tempo à procura de argumentos – demasiado, lamentará Machado. Aos 72’, a bola só não entrou porque não estava escrito. Roberto defendeu para o seu sítio preferido (para a frente) e nenhum dos mil cabeceamentos dos homens do V. Guimarães acertou no alvo.
O jogo estava vivo, um parque de diversões. Algum tempo no placard. Aos 75’, Ricardo, carrinho milagroso, salvou a sua equipa. Jesus, pouco contente com o andamento, lançou as últimas pedras: Ruben Amorim e Jara. Muita parra.
A uva? Esquecida entre os defesas do Benfica. O cruzamento de Bruno Teles é muito bom. Rui Miguel salta e o tempo pára. As luvas de Roberto não chegaram onde já estava a sua cabeça.
Ficha de jogoV. Guimarães, 2
Benfica, 1
Jogo no Estádio D. Afonso Henriques. Assistência
17.730 espectadores.
Nilson 4, Alex 6, Ricardo 6, Freire 6, Bruno Teles 7, Cléber 6, João Alves 6 (Flávio Meireles 6, 52’), Edson 6 (Rui Miguel 6, 52’), João Ribeiro 7, Toscano 6 e Edgar 6 (Maranhão 6, 63’).
BenficaRoberto 5, Maxi Pereira 5 (Ruben Amorim 4, 76’), Luisão 5, David Luiz 5, Fábio Coentrão 5, Javi Garcia 5, Carlos Martins 6 (Jara 4, 76’), Gaitan 5 (César Peixoto 4, 58’), Aimar 5, Saviola 6, e Cardozo 4.
ÁrbitroOlegário Benquerença 4, de Leiria.
AmarelosAlex (35’), Carlos Martins (40’), Javi Garcia (45’), Gaitan (54’), Maxi Pereira (56’), Cardozo (58’), Rui Miguel (59’), David Luiz (68’), Luisão (69’) e Flávio Meireles (88’).
Golos1-0, por Edgar, aos 17’; 1-1, por Saviola, aos 32’ e 2-1, por Rui Miguel, aos 83’.
Notícia actualizada às 22h42