Polícia Sem Lei

Apesar de Werner Herzog negar a relação de "remake" (ou sequela, ou o que for) entre o seu filme e o de Abel Ferrara, é estimulante ver os dois "Polícia sem Lei". Comparar, por exemplo, os uivos de angústia de Harvey Keitel com os furores nada religiosos e mais irrisórios de Nicolas Cage que, à medida que o filme progride, vai ficando cada vez mais torto (é o mal das costas...) e mais parecido com o amigo/inimigo preferido de Herzog, o diabólico Klaus Kinski. Isso também é interessante: ver como Herzog faz seu um argumento que serviria às maravilhas o "thriller" urbano dos anos 70 americanos, sendo o mais possível ele próprio, Herzog, mostrando-se como artesão a cumprir eficazmente a encomenda - ou seja, algo de reptilíneo por aqui, o que não é de espantar perante o restante da obra de um cineasta que em 2009 ainda se fez passar (com menos graça) por David Lynch em "My Son, My Son, What Have Ye Done".

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Apesar de Werner Herzog negar a relação de "remake" (ou sequela, ou o que for) entre o seu filme e o de Abel Ferrara, é estimulante ver os dois "Polícia sem Lei". Comparar, por exemplo, os uivos de angústia de Harvey Keitel com os furores nada religiosos e mais irrisórios de Nicolas Cage que, à medida que o filme progride, vai ficando cada vez mais torto (é o mal das costas...) e mais parecido com o amigo/inimigo preferido de Herzog, o diabólico Klaus Kinski. Isso também é interessante: ver como Herzog faz seu um argumento que serviria às maravilhas o "thriller" urbano dos anos 70 americanos, sendo o mais possível ele próprio, Herzog, mostrando-se como artesão a cumprir eficazmente a encomenda - ou seja, algo de reptilíneo por aqui, o que não é de espantar perante o restante da obra de um cineasta que em 2009 ainda se fez passar (com menos graça) por David Lynch em "My Son, My Son, What Have Ye Done".