Sem garra, sem talento, sem violência
Mas Rosa começou outro "affair" com um mais jovem galã. Não são só as ligações românticas que vacilam, são as alianças políticas, também, que tremem, porque o mundo lá fora está em mutação: está em marcha a revolução, que vai mudar o clube, que vai mudar a vida. É fácil, por estas linhas, perceber o projecto de Valeria Sarmiento, cineasta que começou a sua carreira em 1972 com o documentário "Un Sueño como de Colores" e que se estreou na longa-metragem de ficção, em 1984, com "Notre Marriage": utilizar um "cenário" - no sentido material, físico, o do casino, e no sentido mental, o da teia de relações que nele se cruzam - para assinalar as mutações do mundo. O mexicano Arturo Ripstein faz disso o centro da sua obra (dele está em exibição nas salas portuguesas "A Virgem da Luxúria"), e mesmo nos seus momentos mais infelizes Ripstein procede a uma violentação das formas do melodrama. Não é o caso de Sarmiento, que não vai mais além do que a estafada (e anacrónica) versão de exotismo sul-americano. Sem garra, sem talento, sem violência.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Mas Rosa começou outro "affair" com um mais jovem galã. Não são só as ligações românticas que vacilam, são as alianças políticas, também, que tremem, porque o mundo lá fora está em mutação: está em marcha a revolução, que vai mudar o clube, que vai mudar a vida. É fácil, por estas linhas, perceber o projecto de Valeria Sarmiento, cineasta que começou a sua carreira em 1972 com o documentário "Un Sueño como de Colores" e que se estreou na longa-metragem de ficção, em 1984, com "Notre Marriage": utilizar um "cenário" - no sentido material, físico, o do casino, e no sentido mental, o da teia de relações que nele se cruzam - para assinalar as mutações do mundo. O mexicano Arturo Ripstein faz disso o centro da sua obra (dele está em exibição nas salas portuguesas "A Virgem da Luxúria"), e mesmo nos seus momentos mais infelizes Ripstein procede a uma violentação das formas do melodrama. Não é o caso de Sarmiento, que não vai mais além do que a estafada (e anacrónica) versão de exotismo sul-americano. Sem garra, sem talento, sem violência.