Um pouco dominado sentido do irrisório
Joe e Terry (Bruce Willis e Billy Bob Thornton), uma dupla de ladrões, para além das bizarrias pessoais (um deles é hipocondríaco), tem um método original de assaltos: fazem reféns o director do banco, e a respectiva família, na véspera do assalto, na sua própria casa, jantam, descansam e na manhã seguinte, antes do expediente, entram todos no banco, sem folclore, sem ruído. É assim que Joe e Terry, uma espécie de Bonnie & Clyde dos tempos modernos (e precindindo da carnificina), amealham para o seu "sonho americano", que é uma ilha algures. Mas quando se junta a eles uma dona de casa ainda mais bizarra do que eles (Cate Blanchett), que os torna reféns do seu coração, tudo começa a correr mal. O filme também, passando de forma muito pouco enxuta do drama, à comédia e ao "filme de assaltos", sem se solidificar e frustrando a cada uma das passagens. A carreira de Barry Levinson (isto para resumir sem ser excessivamente redutor) divide-se entre projectos íntimos, evocações da sua Baltimore natal (por exemplo, "Diner", com que se estreou), e outros projectos, como "Bandidos", em que vem ao de cima a pretensão que anda de mãos dadas com um pouco dominado sentido do irrisório - é para aí que também encaminha os seus actores, deixados à solta com o seu número. E é assim que o que poderia ser uma interessante revisitação da mitologia americana, acaba por ser um descontrolado exercício retórico, ao qual não escapam Willis, Billy Bob e Cate.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Joe e Terry (Bruce Willis e Billy Bob Thornton), uma dupla de ladrões, para além das bizarrias pessoais (um deles é hipocondríaco), tem um método original de assaltos: fazem reféns o director do banco, e a respectiva família, na véspera do assalto, na sua própria casa, jantam, descansam e na manhã seguinte, antes do expediente, entram todos no banco, sem folclore, sem ruído. É assim que Joe e Terry, uma espécie de Bonnie & Clyde dos tempos modernos (e precindindo da carnificina), amealham para o seu "sonho americano", que é uma ilha algures. Mas quando se junta a eles uma dona de casa ainda mais bizarra do que eles (Cate Blanchett), que os torna reféns do seu coração, tudo começa a correr mal. O filme também, passando de forma muito pouco enxuta do drama, à comédia e ao "filme de assaltos", sem se solidificar e frustrando a cada uma das passagens. A carreira de Barry Levinson (isto para resumir sem ser excessivamente redutor) divide-se entre projectos íntimos, evocações da sua Baltimore natal (por exemplo, "Diner", com que se estreou), e outros projectos, como "Bandidos", em que vem ao de cima a pretensão que anda de mãos dadas com um pouco dominado sentido do irrisório - é para aí que também encaminha os seus actores, deixados à solta com o seu número. E é assim que o que poderia ser uma interessante revisitação da mitologia americana, acaba por ser um descontrolado exercício retórico, ao qual não escapam Willis, Billy Bob e Cate.