Menos um filme do que uma projecção mental

"Tabu" adapta um conjunto de novelas de um autor popular japonês, Ruotaro Shiba, as novelas, explicou Oshima, que foram objecto de compilação por terem "um perfume estranho", pouco ortodoxo. Passa-se no século XIX, na altura em que o Japão se abria ao mundo, e chegava ao fim a era dos clãs que ameaçavam o poder imperial. Um desses grupos, o Shinsengumi, era especialmente jovem e especialmente bárbaro. O seu fim precipita-se quando entra para o grupo um jovem guerreiro que vai desencadear uma coreografia de desejo, traição e morte. O que é insondável em "Tabu" é que, juntando morte, homossexualidade e sangue - Oshima falou do "sabor a sangue" -, a pulsão esteja tão ausente. É menos um filme do que uma projecção mental a partir de um género, o filme histórico. Mais estranho, ainda: a partir de certa altura esta obra gelada começa a transformar-se num filme policial de samurais, tipo "quem matou?".

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"Tabu" adapta um conjunto de novelas de um autor popular japonês, Ruotaro Shiba, as novelas, explicou Oshima, que foram objecto de compilação por terem "um perfume estranho", pouco ortodoxo. Passa-se no século XIX, na altura em que o Japão se abria ao mundo, e chegava ao fim a era dos clãs que ameaçavam o poder imperial. Um desses grupos, o Shinsengumi, era especialmente jovem e especialmente bárbaro. O seu fim precipita-se quando entra para o grupo um jovem guerreiro que vai desencadear uma coreografia de desejo, traição e morte. O que é insondável em "Tabu" é que, juntando morte, homossexualidade e sangue - Oshima falou do "sabor a sangue" -, a pulsão esteja tão ausente. É menos um filme do que uma projecção mental a partir de um género, o filme histórico. Mais estranho, ainda: a partir de certa altura esta obra gelada começa a transformar-se num filme policial de samurais, tipo "quem matou?".