Em Dezembro, houve 1146 mortes acima do esperado. Gripe ajudará a explicar aumento
A epidemia de gripe antecipada pode ajudar a explicar o aumento da mortalidade, diz Instituto Ricardo Jorge. Na primeira semana deste ano, voltou a observar-se excesso de mortalidade.
Em três semanas do final de 2022, o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) identificou um período de excesso de mortalidade por todas as causas durante o qual foram registados mais 1146 óbitos face ao que seria de esperar nesse período do ano, o que corresponde a um aumento de 16%. Este excesso foi observado nos grupos etários acima dos 75 anos, nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Centro, entre 28 de Novembro e 18 de Dezembro de 2022, especifica o Insa em nota esta quinta-feira divulgada.
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Em três semanas do final de 2022, o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) identificou um período de excesso de mortalidade por todas as causas durante o qual foram registados mais 1146 óbitos face ao que seria de esperar nesse período do ano, o que corresponde a um aumento de 16%. Este excesso foi observado nos grupos etários acima dos 75 anos, nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Centro, entre 28 de Novembro e 18 de Dezembro de 2022, especifica o Insa em nota esta quinta-feira divulgada.
Não é habitual o Insa divulgar comunicados sobre excessos de mortalidade, um fenómeno que está a ser observado não só em Portugal mas em muitos países europeus e do mundo. Na primeira semana deste ano, voltou a observar-se excesso de mortalidade, segundo a plataforma que monitoriza os certificados de óbito.
A antecipação da epidemia de gripe sazonal é uma das explicações avançadas pelo Instituto para o pico de mortalidade no final de 2022. Este período de três semanas "coincidiu com o aumento da actividade gripal, que este ano ocorreu mais cedo do que é habitual em Portugal, o que poderá ajudar a explicar o aumento da mortalidade observado", observa o Insa. "A evolução da mortalidade ao longo do tempo depende do envelhecimento da população e de outros factores que condicionam a sua vulnerabilidade, assim como factores extrínsecos, como a ocorrência de fenómenos climatéricos ou epidemiológicos pontuais e/ou sazonais, que afectam sobretudo os grupos em situação de vulnerabilidade", acrescenta.
Sublinhando que "procede diariamente à vigilância da mortalidade para identificação e quantificação de eventuais excessos, emitindo alertas às autoridades de saúde sempre que se observam aumentos de mortalidade não esperados", o Insa adianta que vai publicar no final deste mês o relatório da mortalidade anual (2022) por todas as causas e, durante o primeiro trimestre, estimativas da mortalidade atribuível à covid-19.
Quanto ao estudo aprofundado sobre o excesso de mortalidade registado ao longo da pandemia de covid-19 - e que foi anunciado pela anterior ministra da Saúde, no Verão passado -, o instituto esclarece que está em curso e que deverá estar concluído até ao final deste ano.
O estudo epidemiológico "sobre as causas específicas de morte e outros factores associados nos anos pandémicos de 2020, 2021 e 2022" está a ser desenvolvido "após a elaboração de protocolo científico e constituição de comissão científica", explica, acrescentando que "os resultados deste trabalho necessitam de dados da mortalidade específica por causas de morte e deverão ser conhecidos até ao final do ano".