Urgência de Loures reabre, mas doentes urgentes continuam a esperar mais de duas horas

Tempos de espera mantêm-se superiores às recomendações em vários hospitais da Área Metropolitana de Lisboa neste primeiro fim-de-semana de Dezembro.

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Tempos de espera no hospital Beatriz Ângelo continuam elevados, mas urgência foi reaberta Miguel Manso

As urgências do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, voltaram a receber, este domingo, pacientes encaminhados através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de “ultrapassada” a situação que levou aquela unidade de saúde a solicitar o desvio de doentes emergentes, avança fonte da instituição. Os tempos de espera naquele serviço continuam, porém, elevados, tal como acontece em outros hospitais da Área Metropolitana de Lisboa.

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As urgências do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, voltaram a receber, este domingo, pacientes encaminhados através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de “ultrapassada” a situação que levou aquela unidade de saúde a solicitar o desvio de doentes emergentes, avança fonte da instituição. Os tempos de espera naquele serviço continuam, porém, elevados, tal como acontece em outros hospitais da Área Metropolitana de Lisboa.

“Foi ultrapassada” a situação, que se prendia com um aumento do número de utentes que recorrem àquela unidade de saúde e à falta de profissionais para preencher as escalas no fim-de-semana, assegura fonte do Hospital de Loures ao PÚBLICO, numa comunicação escrita. Por aqueles motivos, a unidade de saúde tinha accionado, na véspera, “a resposta em rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS), solicitando o desvio de doentes, nomeadamente via CODU [o Centro de Orientação de Doentes Urgente], até às 8h00 de domingo”.

Apesar de a melhoria da situação na urgência ter permitido a reabertura aos doentes encaminhados pelo INEM, este serviço do Hospital Beatriz Ângelo continua com os tempos de espera muito para lá das recomendações. De acordo com o portal de monitorização do SNS, por volta das 16h30 de domingo, os utentes considerados “urgentes” (pulseira amarela) tinham de aguardar mais de duas horas, o dobro do que é recomendado para estes casos.

Os doentes “muito urgentes” (pulseira laranja) também continuam a ter de esperar mais de três horas para serem atendidos depois de terem passado pela triagem. Para estes casos, as recomendações vão no sentido de que o tempo de espera não ultrapasse os dez minutos. Esta informação, disponibilizada online pelo SNS, tem habitualmente por base os tempos reais das últimas duas horas em cada unidade de saúde.

Há outros hospitais da Área Metropolitana de Lisboa que mantêm, desde sábado, tempos de espera muito superiores ao recomendado. Os doentes “urgentes” têm de aguardar mais de cinco horas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Em Vila Franca de Xira, onde sábado os pacientes chegaram a aguardar seis horas e meia, a sobrelotação acalmou, mas o tempo de espera mantém-se em uma hora e 43 minutos, acima das recomendações. No hospital Amadora-Sintra, os utentes com pulseira amarela continuam a precisar de mais de três horas para serem atendidos, tal como acontecia no sábado.

Afluência menor a norte

Só no São Francisco Xavier, em Lisboa, a situação está mais calma do que na véspera, com os tempos de espera a ficarem-se pelos 49 minutos. Também a norte, as urgências estão com uma afluência bem menor do que na véspera. Os hospitais que apresentavam indicadores mais preocupantes têm, na tarde deste domingo, tempos de espera para doentes “urgentes” que respeitam as recomendações: 44 minutos no Hospital de Santo António, no Porto, e 20 minutos no Hospital de Braga.

Também o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, está com “constrangimentos” no atendimento de doentes no Serviço de Urgência Geral, situação que se deverá manter até às 20h deste domingo, revelou a Câmara de Setúbal. Fonte oficial do Centro Hospitalar de Setúbal confirmou à agência Lusa que a Urgência Geral está a funcionar com constrangimentos e que os doentes estão a ser encaminhados para outras unidades hospitalares pelo CODU.

Segundo a Câmara de Setúbal, o CODU referiu que o Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal, está com constrangimentos no Serviço de Urgência Geral desde as 09h45, prevendo que a situação se mantenha até às 20h de domingo. Fonte do município sadino revelou também que o Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de São Bernardo também esteve com “constrangimentos” nos últimos dias, situação que, segundo a previsão do hospital, só terá terminado às 09h deste domingo.

De acordo com o Centro Hospitalar de Setúbal, neste momento, a “Urgência de Ginecologia está a funcionar normalmente”. A Câmara de Setúbal referiu ainda que, na passada quarta-feira, pediu uma reunião ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal para analisar estes problemas, pedido que até ao momento não obteve resposta.