Marcelo deseja que “inspiração do supremo” toque Guterres na ida a Moscovo e Kiev
Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu esta mensagem numa intervenção na Mesquita Central de Lisboa, onde partilhou o “iftar”, a quebra do jejum diário no mês do Ramadão, após o pôr-do-sol.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, exprimiu hoje o desejo de que “a inspiração do supremo toque o secretário-geral das Nações Unidas”, António Guterres, na sua ida a Moscovo e a Kiev.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, exprimiu hoje o desejo de que “a inspiração do supremo toque o secretário-geral das Nações Unidas”, António Guterres, na sua ida a Moscovo e a Kiev.
Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu esta mensagem numa intervenção na Mesquita Central de Lisboa, onde ao fim da tarde de sábado partilhou o “iftar”, a quebra do jejum diário no mês do Ramadão, após o pôr-do-sol.
Na sala de orações da mesquita, o chefe de Estado apelou à paz em todas as regiões do mundo, neste “momento de reflexão, de oração, de solidariedade”, invocando o profeta Maomé e o Corão, e referiu-se expressamente à guerra na Ucrânia.
“Que o nosso pensamento e a nossa oração vão para todos quantos sofrem a guerra, a guerra na Ucrânia, tão dolorosa, tão difícil. Que a inspiração do supremo toque o secretário-geral das Nações Unidas na sua visita a Moscovo e a Kiev, para que se possa abrir um caminho para a paz”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa pediu também que a felicidade de cada pessoa “possa ser construída com os outros e pelos outros” e agradeceu, em nome dos portugueses, “a paz que a comunidade islâmica tem construído em Portugal”.
“Eu vos agradeço anos e anos e anos e anos de dedicação a Portugal. Bem hajam pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Muito obrigado”, reforçou o Presidente da República.
O chefe de Estado estendeu o seu apelo à paz ao Próximo e Médio Oriente, a África, em particular ao norte de Moçambique, à República Centro-Africana, ao Mali e à região do Sahel, assim como à Ásia e às Américas.
Antes, o xeque David Munir disse que a paz é o principal pedido formulado pelos muçulmanos nas suas orações, a paz em “todos os sítios onde há guerra”, incluindo o Médio Oriente e a Europa que “infelizmente agora está a passar uma fase muito complicada”.
Por outro lado, assinalou a liberdade religiosa em Portugal e saudou o 25 de Abril de 1974, considerando que por isso “cada muçulmano que vive neste país também tem de ser grato a Deus e ao Estado”.
A Federação Russa lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia com invasão por forças terrestres e bombardeamentos.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tem marcados encontros com o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, em Moscovo, na terça-feira, e com o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, em Kiev, na quinta-feira.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 2 de Março uma resolução a condenar a agressão russa contra a Ucrânia e apelar a um cessar-fogo efectivo e imediato, com 141 votos a favor, incluindo de Portugal, cinco votos contra e 35 abstenções.
Portugal tem cerca de 50 mil muçulmanos.
O Ramadão é um período de jejum, que deve ser cumprido entre a alvorada e o pôr-do-sol, e de maior dedicação à espiritualidade, celebrado anualmente no nono mês do calendário islâmico.