John Gray: “Os gatos são janelas para fora do mundo humano”
Em Filosofia Felina, cuja tradução portuguesa chegou às livrarias no fim de 2021, John Gray mistura histórias verdadeiras sobre gatos com filosofia. O pensador contemporâneo tenta responder à questão: porque é que os seres humanos não podem ser mais como os gatos?
Ainda a primeira página de Filosofia Felina — Os Gatos e o Sentido da Vida não tinha chegado ao fim e John Gray, filósofo a viver na cidade de Bath, já mostrava ao que vinha com o seu mais recente livro: “Os gatos, que raramente fazem alguma coisa que não sirva um intuito claro ou que produza prazer imediato, são ultra-realistas. Confrontados com a insensatez humana, limitam-se a virar costas.” Para o inglês de 73 anos, o que distingue os gatos dos seres humanos é o facto de, para os primeiros, o contentamento ser “a sua condição por defeito”. “Por seu lado, o estado natural dos seres humanos — e isto relaciona-se com as origens da filosofia — é a ansiedade”, sublinha.