Yelizaveta e Sonia, duas das jovens actrizes que morreram no Teatro Drama de Mariupol

Yelizaveta e Sonia são duas das crianças que morreram no ataque ao teatro da cidade. As jovens actrizes interpretaram a personagem Lucy, na produção As Crónicas de Nárnia: O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa.

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Yelizaveta e Sonia morreram no ataque russo ao Teatro Drama de Mariupol Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia divulgou os rostos de duas das crianças que, alegadamente morreram, na sequência dos bombardeamentos russos ao Teatro Drama de Mariupol.

Yelizaveta e Sonia faziam parte da companhia do teatro e interpretaram a personagem Lucy, na produção As Crónicas de Nárnia: O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa. “A guerra levou o melhor”, escreveu o Ministério numa publicação na rede social Twitter.

As raparigas, de idade desconhecida, estavam abrigadas, tal como centenas de civis, no complexo, quando, no dia 16 de Março, o espaço foi atingido por uma bomba que o reduziu a cinzas.

A série literária As Crónicas de Nárnia nasceu em Londres, no Reino Unido, durante os bombardeamentos nazis no país. O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é o primeiro livro da saga e narra a história de quatro irmãos – Peter, Susan, Edmund e Lucy Pevensie – que através de um antigo e misterioso guarda-roupa chegam ao reino de Nárnia.

O país atravessa um longo Inverno, imposto pela rainha e feiticeira Jadis. Com a ajuda do leão Aslam, as crianças tentam derrotar Jadis e, desta forma, permitir o regresso de todos os habitantes.

A história de Nárnia não é muito diferente da realidade de Mariupol durante a invasão russa à Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin. No exterior do teatro que serviu de esconderijo para Yelizaveta e Sonia, lia-se a palavra “crianças”, escrito em russo, com letras grandes e pintadas a branco que seriam facilmente visíveis a partir do céu.

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) revelou que o espaço servia de abrigo a pelo menos 500 pessoas. “Isto levanta sérias questões sobre qual era o alvo que pretendiam atingir numa cidade onde os civis estão cercados há dias e as comunicações, energia, água e aquecimento foram quase completamente cortados”, afirmou a porta-voz do HRW, Belkis Wille.

Os últimos dados divulgados pelas autoridades ucranianas contabilizam 300 mortos.

O assessor do autarca de Mariupol, Petro Andriushchenko, lamentou a morte das duas raparigas e garantiu que os culpados seriam responsabilizados pela atrocidade.