Scholz diz que prioridade é evitar confronto da NATO com a Rússia

Chanceler alemão pressionado para aprovar envio de armamento pesado para a Ucrânia - oposição quer levar questão a votação no Parlamento.

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I chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu decisões cuidadosas e de "cabeça fria" CLEMENS BILAN/EPA

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse numa entrevista que a maior prioridade da Alemanha é evitar uma guerra entre a NATO e a Rússia, quando questionado sobre as decisões alemãs em relação ao envio de armamento à Ucrânia. “Não pode haver uma guerra nuclear”, afirmou.

Scholz tem dito que o país não enviará armamento pesado, mas está a fornecer equipamento de substituição a países da NATO que enviem este tipo de armamento à Ucrânia – o chanceler também adiantou na entrevista à revista Der Spiegel, publicada esta sexta-feira, que há um acordo nestes moldes com a Eslovénia para o envio de tanques.

Scholz voltou a sublinhar as vantagens de este envio ser feito por países da antiga União Soviética, que têm material que pode ser usado pelos militares ucranianos de imediato, sem necessidade de mais treino.

Questionado com insistência pelos jornalistas sobre o envio de armas para a Ucrânia, que tem pedido repetidamente mais material, Scholz disse que “é importante cabeça fria e decisões consideradas com cuidado”, porque “não é justificável que a Alemanha e a NATO se tornem partes em conflito na Ucrânia”.

Mas Scholz também não afirmou que a entrega de armamento pesado constituiria uma entrada na guerra. Quando questionado sobre as consequências, respondeu: “Não há um conjunto de regras para esta situação em que se possa ler sobre o ponto em que seremos vistos como participantes na guerra.”

O chanceler está a ser cada vez mais pressionado para autorizar o envio directo de armamento pesado à Ucrânia. A União (CDU/CSU), na oposição, afirmou que planeia levar a questão a uma votação directa no Parlamento, onde poderia eventualmente contar com votos favoráveis dos Verdes e do Partido Liberal Democrata, que pertencem à coligação de Scholz, e mesmo com alguns votos do próprio Partido Social Democrata (SPD), o partido do chanceler – isto, se não houvesse disciplina de voto.

A chamada “entrega circular” de armas a países que entreguem, por sua vez, armas à Ucrânia é considerada “insuficiente” pela CDU. “É uma desculpa atrás da outra. É muito pouco e muito tarde” disse o vice-líder parlamentar do partido conservador, Johann Wadephul.

Na entrevista à Spiegel, Scholz foi ainda questionado sobre a relutância do Governo em decidir deixar de comprar, de imediato, petróleo e gás à Rússia. “Não vejo de todo como é que um embargo ao gás iria fazer a guerra acabar”, disse o chanceler. “Se [o Presidente russo, Vladimir] Putin estivesse aberto a argumentos económicos, nunca teria recomeçado esta guerra louca.”