O homem com o mesmo emprego há mais tempo fez 100 anos
O brasileiro Walter Orthmann entrou para o Guinness em 2018 como a pessoa no mundo com a carreira mais longa na mesma empresa. Esta semana, a 19 de Abril, completou 100 anos. E ainda não pensa na reforma.
Tinha 15 anos, quase 16, quando, em 1938, Walter Orthmann arranjou emprego na RenauxView, uma fábrica e loja de tecidos em Brusque, no estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Começou como assistente na secção de correio e, embora tenha mudado de função (foi administrativo e é actualmente director de vendas), nunca mais saiu da empresa.
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Tinha 15 anos, quase 16, quando, em 1938, Walter Orthmann arranjou emprego na RenauxView, uma fábrica e loja de tecidos em Brusque, no estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Começou como assistente na secção de correio e, embora tenha mudado de função (foi administrativo e é actualmente director de vendas), nunca mais saiu da empresa.
O inusitado valeu-lhe o título da pessoa no mundo com a carreira mais longa na mesma empresa, com direito a certificado oficial do Guinness World Records, quando completou 80 anos de serviço. Foi em 2018 que o Guinness deu a conhecer a sua história ao mundo. Quatro anos depois, não só mantém o recorde, continuando a trabalhar depois de 84 anos, como foi celebrado um pouco por todo o mundo, ao longo desta semana, por ter chegado, na terça-feira, aos 100 anos. E na empresa houve uma festa em sua honra.
O segredo para a longevidade, disse numa entrevista citada pela Reuters, é fazer-se o que se gosta e fugir da comida de plástico. “Eu evito realmente o sal e o açúcar. Evito coisas que magoam os intestinos. Evito a Coca-Cola e outros refrigerantes. Só consumo coisas que são boas. Isso ajuda realmente o teu corpo a ser forte para sempre.”
Além disso, Walter Orthmann continua a marcar o ponto numa empresa em que já fez um pouco de tudo e onde assistiu à revolução do sector. “Na altura em que comecei a trabalhar, os teares teciam ao ritmo de um caracol”, contou em 2018 ao Guinness. “A produção média de um tear Jacquard variaria entre 20 e 50 metros por dia; hoje em dia, num só dia são tecidos 400 a 600 metros.”
Também o equipamento do escritório mudou ao longo da sua carreira. “As únicas máquinas que tínhamos no escritório eram máquinas de escrever. A primeira calculadora que vi na minha vida foi em meados dos anos 1940”, recordou, confessando que, “no início, desconfiava bastante da máquina”. “Durante a primeira semana, verificava os resultados com os meus próprios cálculos manuais.”
Quanto a conselhos sobre manter o emprego durante tantos anos, Walter fala em humildade e honestidade, sublinhando a importância de “nunca deixar de aprender sobre o trabalho, a empresa e todos os seus departamentos”. É assim que ele ainda vive cada dia no trabalho, mesmo depois de ter ultrapassado a barreira centenária.