Cinco séries sobre a importância da Revolução de Abril

A Revolução de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, é um marco na História do nosso país por ter posto fim ao Estado novo. Com ela se deu início a um novo momento da vida dos portugueses.

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3 Mulheres

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3 Mulheres

RTP e RTP Play
Produzida pela David & Golias segundo uma ideia original de Elsa Garcia e Fernando Vendrell (que também realiza), e argumento de Fátima Ribeiro, Filipa Martins e Luís Alvarães, esta é uma série de ficção histórica sobre três mulheres reais: a poetisa Natália Correia (1923-1993), a editora Snu Abecassis (1940-1980) e a jornalista Vera Lagoa, pseudónimo de Maria Armanda Falcão (1917-1996). A primeira temporada estreou-se em Outubro de 2018 no canal público, e foca-se em dez anos das suas vidas – de 1961 a 71. Durante esse tempo, elas lutaram contra a censura e desempenharam um importante papel na queda do Estado Novo. Já a segunda temporada, que se estreou ontem, dia 20 de Abril, chama-se 3 Mulheres - Pós-Revolução e, tal como o nome indica, tem início na Revolução de 25 de Abril de 1974 e no consequente fim da ditadura, da Polícia Política, da Censura e da Guerra Colonial. Com Soraia Chaves, Victória Guerra e Maria João Bastos a dar-lhes vida, a série conta ainda com as actuações de Fernando Luís, João Pedro Jesus, Pedro Lamares, Ana Padrão, João Lagarto, Filipa Areosa, Rui Morisson e Manuel Wiborg.

Mulheres de Abril

RTP Play
Para celebrar os seus 60 anos, Ana organiza um jantar em sua casa com algumas das mulheres mais importantes da sua vida: Isabel, a mãe; Patrícia e Sofia, a filha e neta; a sobrinha Maria; Luísa, sua amiga de longa data; e Rosa, a antiga empregada da família com quem Ana e a mãe nunca perderam o contacto. E sendo que o seu aniversário é a 25 de Abril, data da Revolução dos Cravos, a conversa vai girando à volta dos eventos ocorridos antes, durante e após aquele subversivo dia de 1974. Pela noite dentro, as mulheres mais velhas vão explicando onde estavam no dia 25 de Abril, contado a sua história e a sua visão dos acontecimentos. Entretanto, as mais jovens vão reflectindo sobre o quanto as suas vidas foram influenciadas pelas mudanças de costumes e mentalidades que daí decorreram. Mulheres de Abril é uma mini-série de cinco episódios criada por Mariana Esteves, Rodrigo Freitas e Henrique Oliveira (que também realiza), a pedido da RTP para assinalar o aniversário de 40 anos do 25 de Abril de 1974. Os actores Ana Bustorff, Paula Mora, Lourdes Norberto, Márcia Breia, Carla Maciel, Mariana Monteiro, Beatriz Soveral, Sara Barros Leitão, Rui Mendes, Ivo Canelas e Sónia Balacó compõem o elenco.

Depois do Adeus

Beta Séries
Esta série de ficção, apoiada em imagens de arquivo, conta a vida de Álvaro e Maria do Carmo Mendonça, um casal português chegado a Portugal em Julho de 1975, após anos a viver em Angola. Em África, ele era proprietário de uma empresa bem-sucedida, enquanto ela era dona de casa e mãe dedicada de Ana e João, os dois filhos de ambos. Com a violência da guerra civil, o casal resolve fugir para Portugal e começar do zero. Realizada em 2013 por Patrícia Sequeira e Sérgio Graciano, e com autoria de Inês Gomes, Ana Vasques, Catarina Dias, José Pinto Carneiro, Luís Marques, Sebastião Salgado e Vasco Monteiro, Depois do Adeus narra uma circunstância vivida por quase meio milhão de portugueses que, durante anos, fizeram as suas vidas no Ultramar e que se viram forçados a largar tudo e a adaptar-se a uma sociedade que, muitas vezes, os considerava “estrangeiros”. Com cada um dos 26 episódios a iniciar-se com um acontecimento relevante da época, a série vai mostrando as dificuldades de quem teve de abandonar as suas vidas e enfrentar o ostracismo, ao mesmo tempo que documenta as enormes mudanças no país após o 25 de Abril. Depois do Adeus conta com a participação dos actores Ana Nave, José Carlos Garcia, Catarina Wallenstein, Fátima Belo, António Cordeiro, Cucha Carvalheiro, António Capelo, Mafalda Vilhena, João Reis, Ana Padrão, Diogo Infante, Dinarte Branco, Sandra Faleiro, Joaquim Nicolau e António Raminhos.

A Herdade

HBO
João Fernandes (Albano Jerónimo) é o patriarca de uma abastada família tradicional portuguesa. A herdade de que é proprietário situa-se na margem sul do Tejo e é um dos maiores latifúndios da Europa. A vida dele, assim como o local onde sempre viveu, é um espelho de Portugal. Percorrer a história de João, desde o princípio dos anos 1940 – com décadas marcadas pela repressão e pela censura da ditadura de António Salazar –, até à actualidade, é contextualizar a vida social, política e financeira de um país inteiro. Projecto do produtor Paulo Branco, com argumento de Rui Cardoso Martins e realização de Tiago Guedes (Coisa Ruim, Tristeza e Alegria na Vida das Girafas, Glória), o filme A Herdade estreou-se nas salas portuguesas em Setembro de 2019 e foi distinguido com o Prémio Bisato d'Oro da crítica independente para Melhor Realização no 76.º Festival de Veneza. O filme deu entretanto origem a esta mini-série de quatro episódios que foi exibida na RTP e que agora se encontra disponível na plataforma de streaming HBO. Para além de Jerónimo como protagonista, conta também com a participação de Sandra Faleiro, Miguel Borges, Diogo Dória, Victoria Guerra, Teresa Madruga e Ana Bustorff, entre outros.

O Atentado

RTP Play
“Corria o ano de 1937. António de Oliveira Salazar já erguera as mais sólidas estruturas do Estado Novo. De entre elas, emergia a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado que perseguia quem se opunha à ditadura”. São estas as palavras que apresentam o espectador à história escrita por Francisco Moita Flores e realizada por Jorge Paixão da Costa (​O Mistério da Estrada de Sintra, Jacinta, Soldado Milhões). Esta série de época, que se apoia em informações do processo oficial do caso, incide sobre o atentado à vida de Salazar, ditador de Portugal, ocorrido pouco depois das dez da manhã do dia 4 de Julho de 1937, quando saía do seu automóvel oficial para assistir à missa, e na consequente caça ao homem. Apesar de Salazar não ter sofrido quaisquer ferimentos, a operação organizada por anarquistas e comunistas foi usada pela máquina de propaganda do Governo, resultando numa glorificação do Estado Novo. A dar vida às personagens estão Tomás Alves, Laura Dutra, Joaquim Nicolau, Gonçalo Botelho, Anabela Moreira, João Craveiro, Diogo Martins e José Pedro Vasconcelos, entre outros.