Não é só por a acção de Azor ter lugar em 1980 em Buenos Aires que a primeira longa do suíço Andreas Fontana respira um perfume vintage de thriller paranóico. Também não é só por a sua trama mergulhar a fundo nos terrenos pantanosos da “guerra suja” argentina, colocando em jogo um banqueiro privado suíço (Fabrizio Rongione) em viagem de reconhecimento para tentar perceber o porquê do desaparecimento do seu associado. Não, tudo o que há de sedutor e venenoso em Azor já está incrustado de raiz: a maneira como Fontana se apropria do género e das convenções do cinema dos anos 1970, até na fotografia ligeiramente difusa de Gabriel Sandru ou na música esparsa de Paul Courlet, para lhes inserir um plano que se prolonga um pouco mais do que seria de esperar, uma pausa que se estende para o desconforto, um olhar que parece penetrar mais fundo do que devia.
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Não é só por a acção de Azor ter lugar em 1980 em Buenos Aires que a primeira longa do suíço Andreas Fontana respira um perfume vintage de thriller paranóico. Também não é só por a sua trama mergulhar a fundo nos terrenos pantanosos da “guerra suja” argentina, colocando em jogo um banqueiro privado suíço (Fabrizio Rongione) em viagem de reconhecimento para tentar perceber o porquê do desaparecimento do seu associado. Não, tudo o que há de sedutor e venenoso em Azor já está incrustado de raiz: a maneira como Fontana se apropria do género e das convenções do cinema dos anos 1970, até na fotografia ligeiramente difusa de Gabriel Sandru ou na música esparsa de Paul Courlet, para lhes inserir um plano que se prolonga um pouco mais do que seria de esperar, uma pausa que se estende para o desconforto, um olhar que parece penetrar mais fundo do que devia.